América do Sul

Argentina fecha 2022 com inflação de 94,8%, a maior em 30 anos

Índice de preços ao Consumidor avançou 5,1% em dezembro

Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires - Luis Robayo / AFP

A Argentina fechou o ano de 2022 com uma inflação oficial de 94,8%, a mais alta desde 1991 e uma das maiores do mundo, segundo informou o Instituto de Estatísticas Indec. Em dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor subiu 5,1%, contra 4,9% em novembro.

As altas mensais de preços foram foram lideradas pelo turismo, as bebidas alcoólicas e os custos com habitação.

A crescente inflação anual, cuja expectativa é de que ultrapasse os 100% nos próximos meses, voltou a ser o tema dominante na segunda maior economia da América Latina. O aumento ou queda dos preços este ano terá grande impacto nas eleições presidenciais de outubro.

O ministro da Economia, Sergio Massa, que assumiu o cargo em agosto depois da renúncia de seus dois antecessores em um intervalo de quatro semanas, implantou uma combinação de medidas políticas tradicionais e não convencionais para tentar conter o avanço de preços.

Massa reduziu gastos em meio à manutenção das taxas de juros do país acima da inflação. Ele utilizou ainda uma política de controle de preços para limitar temporariamente alguns dos aumentos.

Mesmo assim, os economistas do país não estão otimistas e estimam que a inflação feche 2023 em 98%.

Um outro fator considerado chave este ano é o governo continuar cumprindo com o acordo de US$ 44 bi com o Fundo Monetário Internacional (FMI) durante o ciclo eleitoral, quando provavelmente o organismo internacional deverá ser criticado.