atos golpistas

Candidatos bolsonaristas em eleições passadas são suspeitos de financiamento, aponta AGU

Josiany Duque Gomes Simas, que tentou se eleger deputada federal, e Marlon Diego de Oliveira, candidato em 2020 a vereador em Tupã, São Paulo, fretaram ônibus para a capital federal na última semana

Josiany Duque Gomes Simas e Marlon Diego de Oliveira - Reprodução

Ao menos dois candidatos em eleições passadas foram identificados pela Advocacia Geral da União (AGU) como suspeitos de financiar atos antidemocráticos em Brasília, no último domingo (8). Segundo a AGU, fretaram ônibus para a capital federal na última semana os bolsonaristas Josiany Duque Gomes Simas, que buscou uma cadeira na Câmara Federal ano passado, e Marlon Diego de Oliveira, candidato em 2020 para a Câmara Municipal de Tupã, São Paulo,

Relatório da Advocacia-Geral da Uniao (AGU) sobre o fretamento de ônibus usados para transportar manifestantes golpistas mostra que ao menos 2.851 pessoas viajaram a Brasília entre a quinta-feira e o domingo, dia dos atos de terrorismo.O destino da maioria dessas pessoas era o acampamento bolsonarista montado em frente ao Quarte-General do Exército, ponto de partida da horda que invadiu as sedes dos Poderes, deixando um rastro de destruição.

Segundo a AGU, Josiany Simas foi responsável pelo fretamento de um ônibus no dia 6 de janeiro de Cuiabá, no Mato Grosso, para Brasília. A pedagoga tentou se eleger deputada federal nas últimas duas eleições por seu estado. Em 2022, pelo Patriota, recebeu R$ 325 mil repassados pela direção nacional do partido para sua campanha, que não foi vitoriosa. Ela não se elegeu e teve apenas 622 votos no pleito. Nas redes, Josiany se apresenta como "pró armas" e compartilhou dezenas de fotos e vídeos fazendo campanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em 2020 e 2021, ela aparece como beneficiada com 16 parcelas do Auxílio Emergencial, que totalizam 11 mil R$. Procurada, não retornou os contatos da reportagem.

Processado pela prefeitura
Marlon Diego de Oliveira foi candidato a vereador na cidade de Tupã, em São Paulo, nas últimas eleições municipais pelo Progressistas. Na época, o único bem declarado foi uma microempresa de contabilidade financeira avaliada em R$20.000.

Em fevereiro de 2022, a prefeitura de Tupã ingressou com uma ação contra a empresa Finance Expert Ltda Me — que pertence a Oliveira — por loteamento irregular de imóveis, que haviam sido colocados à venda. Além de vetar a comercialização, a Justiça determinou a indenização dos prejuízos já causados ao meio ambiente, bem como a regularização dos loteamentos. O GLOBO não conseguiu contato com o empresário até o fechamento desta reportagem.