Ex-ministro Anderson Torres é preso ao desembarcar em Brasília
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e ex-secretário de segurança do DF é investigado por suposta "sabotagem" em atos terroristas de domingo e tinha em casa "minuta do golpe"
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, pousou em Brasília, neste sábado (14), ao chegar dos Estados Unidos para se entregar à Polícia Federal.
A sua prisão preventiva foi decretada na última terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito das investigações sobre os ataques às sedes dos três poderes no domingo por terroristas bolsonaristas.
Torres chegou em voo da Gol que partiu de Miami, que pousou no Aeroporto Internacional de Brasília às 7h17.
Torres estava de férias com a família nos EUA e foi exonerado do posto de Secretário de Segurança do DF, logo após o atentado golpista na sede dos Três Poderes, no último domingo.
Depois de ser ouvido na Papuda, Torres passou por audiência de custódia. Ainda não foi divulgado se ele vai para a Superintendência da PF ou ser encaminhado para o batalhão da PM dentro da Papuda. O Uol informou que o Ministério Público defendeu a continuidade da prisão.
De acordo com informações de Flávio Dino, ministro da Justiça, o plano para a proteção de Brasília foi alterado horas antes dos protestos, com uma forte redução do esquema de segurança e números de policiais que vigiariam a Esplanada dos Ministério.
Além disso, a Polícia Federal apreendeu na quinta-feira na residência de Torres uma minuta de decreto presidencial que visava a interferência federal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para abrir caminho à alteração do resultado das eleições de 2022.
O documento está sendo chamado de "minuta do golpe" e é considerado inconstitucional por juristas. Em uma rede social, Torres afirmou que "provavelmente" o documento estava na pilha de papéis que seriam descartados.
Prisão
Na última terça-feira, Alexandre de Moraes, ministro do STF, determinou a prisão preventiva de Anderson Torres, bem como a detenção do coronel ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Vieira. Por 9 votos a 2, a determinação de ambos foi referendada pelo plenário do Supremo.
Mores argumentou em sua decisão que o conjunto de crimes praticados durante a invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso Nacional só poderiam ocorrer “com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”, como cita na decisão.