Futebol

Um fez muito, já o outro... Júlio e Hugo são personagens do primeiro Clássico das Emoções

Atacante coral provocou o Timbu, mas passou em branco e foi vaiado pelos tricolores. Prata da casa alvirrubro marcou duas vezes e também aderiu às provocações

Júlio marcou dois gols para o Náutico no clássico - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Hugo Cabral, do Santa Cruz, e Júlio, do Náutico, foram os personagens do empate em 3x3 no Clássico das Emoções deste domingo (15), no Arruda, pelo Campeonato Pernambucano. Um por ter falado muito antes, mas feito pouco na partida - ou quase nada. Outro, por assumir o protagonismo do confronto, com dois gols, além de provocações consideradas “excessivas” pelos tricolores, mas minimizadas pelos alvirrubros. 

O clima quente do clássico teve início com as declarações de Hugo, chamando o Náutico de “barbie”, com conotação homofóbica. A provocação repercutiu e, no dia seguinte, ele decidiu “pedir desculpas a quem se sentiu ofendido”, indicando que a frase foi “normal, mas talvez infeliz”. Isso sem, contudo, esfriar os ânimos por completo. "O Timbu que se prepare que será lapada aqui. Vai ser atropelado”, disse. 

Hugo jogou mal e foi vaiado



Afiado com as palavras, Hugo teve desempenho aquém do que prometeu no clássico. Foi um dos piores em campo e saiu vaiado pela torcida. Promessa vazia foi tudo o que não aconteceu no lado alvirrubro. Júlio guardou as provocações para o dia do jogo, deixando para dar o recado com gols. No primeiro, saiu em direção à torcida coral, colocando as mãos na orelha. Os jogadores do Santa Cruz se revoltaram com o ato. O camisa 9 recebeu o cartão amarelo.


No segundo gol, Júlio evitou se aproximar da área da arquibancada em que ficavam os tricolores, mas seguiu com o gesto provocativo, além de também apontar o dedo médio. Substituído no segundo tempo, com o placar em 3x3, o centroavante fez o sinal com as mãos, indicando um gesto de "pequeno" em direção aos torcedores do Santa.

Após o jogo, o atacante minimizou os atos. "Foi um jogo emocionante. Centroavante é para isso: fazer gols. O Náutico sempre pode esperar isso de mim em clássicos ou em qualquer outro jogo", afirmou, cutucando o rival. "Hugo só nos motivou mais para o jogo", frisou.

Para o técnico Dado Cavalcanti, estava claro quem foi o grande nome do Clássico das Emoções. “Nunca faltou personalidade a Júlio. A história de vida dele é fantástica. Conviveu com dificuldades no cotidiano e isso o engrandeceu como atleta. Sempre contribui, mesmo não fazendo gols. O que aconteceu hoje foi um prêmio para ele mesmo. Foi decisivo, com dois gols. Antes, ele era mais participativo, mas chegou o momento do protagonismo dele hoje. Todos saem ganhando. Fico feliz, principalmente por ele. Espero que hoje tenha sido apenas um trampolim para ele ser protagonista em outras partidas, sem perder a essência. Os gols têm muito a cara dele. Um cara brigador. As comemorações também fazem parte do jogo. Fico feliz que ele tenha sido o protagonista do clássico", apontou.

Hugo, por outro lado, foi defendido pelo técnico Ranielle Ribeiro, já pensando em utilizá-lo como centroavante. "Ele tem definição boa, preocupa os adversários. Ele é um atleta que será decisivo quando mais precisarmos. Vamos dar confiança. Como ele fala muito, tem uma cobrança maior porque ele tinha que assumir. Mas ele tentou. Está crescendo fisicamente e será um processo gradativo para que ele seja decisivo".