BNDES deve financiar exportações de produtos industrializados, diz Alckmin

Alckmin também defendeu a aprovação da reforma tributária ainda neste ano

Geraldo Alckmin - reprodução/vídeo

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin (PSB), afirmou a empresários nesta segunda-feira que o BNDES criará um programa para financiar países estrangeiros que importem produtos de alto valor agregado do Brasil. Alckmin também defendeu a aprovação da reforma tributária ainda neste ano.

A declaração foi dada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) antes da assembleia geral da entidade que deverá discutir a permanência do presidente da entidade no cargo em meio a uma disputa com um grupo de representantes de entidade setorial capitaneado pelo ex-dirigente da federação Paulo Skaf.

Em sua fala, Alckmin afirmou que defende "um programa para financiar as exportações" por parte do BNDES para que o Brasil tenha maior competitividade no mercado internacional com países como a China.

Questionado sobre como o banco estatal poderia financiar o modelo, o ministro disse que a instituição financeira vai buscar recursos no exterior.

— Exportávamos quase US$ 28 bilhões de dólares para a Argentina, caiu para US$ 15 bilhões. A China ocupou esse espaço. Perdemos espaço por várias razões, uma das razões é o financiamento a exportadores. É importante ter um programa. O BNDES veio para o Mdic e estamos defendendo um programa para financiar as exportações, é algo necessário e importante — disse. Ele afirmou que financiamento à importação de produtos de alto valor agregado também será contemplado.

Alckmin afirmou também que a aprovação de uma reforma tributária significaria o fim do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pauta historicamente defendida pelo setor industrial.

— Tinha uma possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI e conseguimos retirar isso da pauta. A próxima meta é acabar com o IPI, e acabar com o IPI é (assunto da) reforma tributária. Tem de fazer (a reforma) no primeiro ano, aproveitar o embalo e a legitimidade eleitoral — ressaltou.

O ministro também reafirmou à plateia que as reformas trabalhista e previdenciária não serão anuladas no governo atual. Reiterou, apenas, o discurso que tem sido repetido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que profissionais vulneráveis como entregadores de delivery, precisam ter um regime que lhes garanta alguns direitos à seguridade social, por exemplo.