Caso Andres

Anestesista buscava palavras "camufladas" no YouTube para ter acesso a conteúdo pornográfico

Segundo o anestesista, os resultado mostravam links secretos para grupos de WhatsApp por onde o material era compartilhado

Anestesista colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo é preso - Reprodução

O médico colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, preso por estupro de vulnerável e acusado de armazenar pornografia infantil, em depoimento à Polícia Civil, na última segunda-feira (16), contou em detalhes como conseguia encontrar, acessar e baixar o material pornográfico infantil.

Andres disse que pesquisava no YouTube palavras-chaves ditas pelo acusado como "camufladas" que direcionavam, como resultado das buscas, a links secretos de grupos de WhatsApp por onde o material era compartilhado, baixado e armazenado na nuvem.

Além disso, a polícia também encontrou ao menos três vídeos em que Andres se reconhece nas imagens abusando sexualmente de pacientes. E apesar do vasto material guardado, o acusado afirmou que "não soube precisar o motivo pelo qual nutria dentro de si a compulsão em ver pornografia infantil".

O médico colombiano disse ainda que teria apagado os vídeos pornográficos por medo de ser preso.

Outro ponto investigado pela polícia é se o anestesista usava um perfil falso para aliciar vítimas menores de idade e pedir foto ou vídeo de teor pornográfico.

Foram apreendidos celulares, tablet e computador na casa do médico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde ele morava com a mulher. Andres está em situação legal no país e atuava, até o momento da prisão, tanto em hospitais públicos quanto particulares.

A Justiça expediu o mandado de prisão e busca e apreensão contra Andres por estupro de vulnerável em casos contra duas pacientes identificadas até o momento. Os abusos foram registrados em vídeo, material encontrado salvo na nuvem junto com mais de 20 mil imagens de abuso sexual envolvendo crianças a adolescentes que ele mantinha arquivado.

A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida.

— É um arquivo extremamente violento, em grande quantidade. Podiam ser vistos bebês de colo, de menos de um ano, sendo abusados sexualmente, sendo obrigado a participar de sexo com adultos. Algo que chocou até mesmo agentes mais experientes. Pesquisando esses conteúdos, foram encontrados dois vídeos em que esse suspeito ainda estuprou duas pacientes durante o procedimento de anestesia pré-cirúrgico. Ele foi preso, prisão temporária de 30 dias, vai ser recolhido. E, no decorrer das investigações, a polícia espera encontrar outras vítimas — explicou o delegado Luiz Henrique Marques Pereira, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), na manhã da última segunda-feira, horas após a prisão do anestesista.

De acordo com o delegado, a maioria dos arquivos tinha origem internacional e, até agora, ele não aparece em nenhuma das imagens relacionadas à pedofilia.

— Ele é um criminoso em série. Ele não é só um estuprador, também é pedófilo — reforçando que ele conjuga dois crimes — Criminosos dessa natureza não costumam cometer apenas um crime. A polícia acredita que outras vítimas surgirão, até pela identificação de pessoas neste material apreendido.