Haddad diz que governo avalia termos para entrar na OCDE
Em Davos, ministro da Fazenda avaliou como positiva participação no Fórum Econômico e diz sair satisfeito com o que ouviu do Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua pasta já tem um grupo de trabalho para apresentar os termos para uma eventual entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O martelo vai ser batido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse o ministro.
Haddad se reuniu nesta quarta-feira (18) cedo com o secretário-geral, da OCDE, Mathias Cormann. O Brasil iniciou processo para que o país faça parte da organização, conhecida como “clube dos ricos”, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Brasil pleiteou a entrada no organismo. Essa aproximação está acontecendo naturalmente e agora vamos ver com Itamaraty e o presidente da República os próximos passos. Temos de desenhar a política que vai ser feita com o Itamaraty e os ministérios para se alinhar às determinações do presidente da República, afirmou.
O Brasil assume esse ano a presidência do G20 e pediu para adiar para 2025 o comando nos BRICs:
Temos de fazer uma reunião específica com Lula das nossas agendas multilaterais e o Brasil tem participação intensa em diversos fóruns.
No Mercosul, por exemplo, a agenda será retomada com a viagem de Lula na Argentina ainda neste mês, disse Haddad.
Em seu último dia em Davos, Fernando Haddad, disse que sua participação no Fórum Econômico Mundial foi positiva.
Saio satisfeito sobre o que ouvi do Brasil. Cheguei aqui surpreso com grau de preocupação com o país. A mensagem que [a ministra do Meio Ambiente], Marina Silva, e eu passamos é que o Brasil segue forte e as pessoas ficaram felizes de ouvir isso.
Haddad não descarta novos riscos de ataques golpistas no país, mas não há razão para que a comunidade internacional se preocupe com o Brasil:
O mundo todo está sob vigilância externa. Existe crescimento extremismo de direita que precisa ser contido. O Brasil demonstrou instituições se uniram em torno da mesma causa.
Trabalhadores do Uber
Na manhã desta quarta-feira, Haddad se encontrou também com o presidente global do Uber, Dara Khosrowshahi. Em uma conversa curta, o ministro abriu uma agenda para discutir com a gigante de tecnologia a possibilidade de discutir a seguridade social dos trabalhadores brasileiros.
Não somos contra a tecnologia, mas ela precisa estar a serviço dos consumidores e trabalhadores, ressaltou o ministro.
Segundo Haddad, o governo quer abrir uma agenda para discutir a previdência social para que os trabalhadores tenham amparo social. O presidente do Uber, segundo o ministro, demonstrou sensibilidade ao tema.