Atos antidemocráticos

Silêncio de Anderson Torres aponta para 'gente graúda' por trás de ataques golpistas, diz Guimarães

Líder petista na Câmara dos Deputados inclui Romeu Zema na lista de possíveis envolvidos

Guimarães: "Acho um péssimo sinal e isso, mais uma vez, mostra que tem gente graúda por trás do que ocorreu no dia 8 em Brasília" - Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), classificou como um “péssimo sinal” o silêncio do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no depoimento à Polícia Federal.

“Reconheço que é um direito no devido processo legal a pessoa ficar calada. Mas, no Brasil, uma pessoa que foi ministro de estado em um ministério tão estratégico, o correto é ele esclarecer. Acho um péssimo sinal e isso, mais uma vez, mostra que tem gente graúda por trás do que ocorreu no dia 8 em Brasília", disse Guimarães para o programa UOL News.

O deputado também aproveitou o momento para rebater as críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) ao governo Lula quanto aos ataques golpistas em Brasília no último dia 8, por bolsonaristas, e incluiu o chefe de executivo mineiro em seus questionamentos. Na ocasião, Zema disse que o governo teria feito vista grossa aos atos terroristas para se fazer de vítima.

“Quando me refiro a gente graúda, é esse tipo de gente como o governador. Não estou fazendo acusação a ele, mas ao invés de ajudar a quem ele sustentou nesses quatro anos a esclarecer as coisas, ele termina enveredando por esse caminho mal feito e tortuoso", desabafou Guimarães.

Ainda durante o programa, o parlamentar afirmou que o presidente Lula reconhece o papel das Forças Armadas e que a "reconstrução" da relação do poder Executivo com os militares será feita pelo ministro da Defesa José Múcio Monteiro.

“ Lula sabe como ninguém conduzir isso dentro de um clima respeitoso, tomando as medidas necessárias e consolidando essa nova relação. Penso que o ministro Múcio está fazendo um trabalho de reconstrução. As Forças Armadas foram muito utilizadas nesses quatro anos e houve um exagero enorme na participação deles no governo", explicou.