Silêncio de Anderson Torres aponta para 'gente graúda' por trás de ataques golpistas, diz Guimarães
Líder petista na Câmara dos Deputados inclui Romeu Zema na lista de possíveis envolvidos
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), classificou como um “péssimo sinal” o silêncio do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no depoimento à Polícia Federal.
“Reconheço que é um direito no devido processo legal a pessoa ficar calada. Mas, no Brasil, uma pessoa que foi ministro de estado em um ministério tão estratégico, o correto é ele esclarecer. Acho um péssimo sinal e isso, mais uma vez, mostra que tem gente graúda por trás do que ocorreu no dia 8 em Brasília", disse Guimarães para o programa UOL News.
O deputado também aproveitou o momento para rebater as críticas do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) ao governo Lula quanto aos ataques golpistas em Brasília no último dia 8, por bolsonaristas, e incluiu o chefe de executivo mineiro em seus questionamentos. Na ocasião, Zema disse que o governo teria feito vista grossa aos atos terroristas para se fazer de vítima.
“Quando me refiro a gente graúda, é esse tipo de gente como o governador. Não estou fazendo acusação a ele, mas ao invés de ajudar a quem ele sustentou nesses quatro anos a esclarecer as coisas, ele termina enveredando por esse caminho mal feito e tortuoso", desabafou Guimarães.
Ainda durante o programa, o parlamentar afirmou que o presidente Lula reconhece o papel das Forças Armadas e que a "reconstrução" da relação do poder Executivo com os militares será feita pelo ministro da Defesa José Múcio Monteiro.
“ Lula sabe como ninguém conduzir isso dentro de um clima respeitoso, tomando as medidas necessárias e consolidando essa nova relação. Penso que o ministro Múcio está fazendo um trabalho de reconstrução. As Forças Armadas foram muito utilizadas nesses quatro anos e houve um exagero enorme na participação deles no governo", explicou.