Milionário britânico pede em Davos para pagar mais impostos
O milionário é integrante de um grupo que inclui pessoas como o ator americano Mark Ruffalo, o Hulk nos filmes da Marvel, e Abigail Disney, uma das herdeiras do império Disney
Um milionário britânico pediu em Davos que os governos tributem mais os donos de grandes fortunas como ele, uma petição que ganha força entre os chamados "milionários patriotas".
Em entrevista à AFP no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), Phil White expressou preocupação com o fato de os ricos terem enriquecido ainda mais, enquanto a maior parte da população sofreu durante a pandemia de covid-19 e os preços dos alimentos e da energia dispararam.
"Estou muito feliz de pagar mais impostos, quero que meu governo taxe a mim e pessoas como eu", disse White, um dos mais de 200 "milionários patriotas" de 13 países que estão enviando a mesma mensagem ao mundo e à elite política reunida na cidade suíça de Davos para o fórum anual.
"Deveríamos reduzir os níveis de riqueza", afirmou White. “E os governos deveriam tributar a riqueza para reduzir as desigualdades”, acrescentou.
Entre os milionários que enviaram uma carta aberta nesta quarta-feira (18) estão "pessoas que herdaram, pessoas que trabalharam, empresários, comerciantes, toda uma mistura de origens", segundo White, um engenheiro que disse não ter herdado sua fortuna, mas trabalhado duro e ficado "rico" quando ele e seus sócios venderam sua empresa de consultoria para acionistas privados.
Seu grupo inclui pessoas como o ator americano Mark Ruffalo, que interpretou o papel de Hulk nos filmes da Marvel, e Abigail Disney, uma das herdeiras do império Disney.
A mensagem dos milionários se repetiu em um relatório da ONG Oxfam, que afirma que as desigualdades se agravaram dramaticamente nos últimos dez anos. Desde 2020, a riqueza combinada dos bilionários aumentou US$ 2,7 bilhões por dia, segundo a organização.
Phil White garante que o aumento dos impostos poderia começar com 1% ou 2% ao ano sobre fortunas de quatro ou cinco milhões.
"Não é uma quantia enorme de dinheiro. Com o tempo, isso começaria a corroer essa riqueza extrema e esperamos que volte a unir a sociedade", afirmou.