"Nenhum (serviço de) inteligência serviu para avisar ao presidente da República", diz Lula
Em entrevista à GloboNews, presidente fala sobre os ataques de 8 de janeiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou nesta quarta-feira (18), em entrevista à GloboNews, como reagiu à invasão do Palácio do Planalto e demais sedes de poderes no dia 8 de janeiro, além de tratar das falhas de segurança. Lula criticou a ausência de informações de inteligência para proteger a sede do Executivo.
— Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica. Ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República, ou seja, que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse na sexta-feira [6] que viriam 8 mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília. Eu saí porque estava tudo tranquilo. Até porque, a gente estava vivendo ainda a alegria da posse.
Lula estava em Araraquara, onde prestava solidariedade às vítimas das chuvas, quando soube das notícias e teria feito uma cobrança ao Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias.
— Eu começo a saber das notícias, fui para a sede da prefeitura (de Araraquara), acompanhando no computador. Liguei para o Gonçalves Dias. Liguei e perguntei: onde estão os soldados?
Lula reiterou que os golpistas entraram pela porta da frente do Palácio.
— Não foi nenhum analfabeto político que invadiu isso aqui. Era gente que preparou isso durante muito tempo. Eles não tiveram coragem de fazer nada durante a posse. Na verdade, nós cometemos um erro, eu diria elementar: a minha inteligência não existiu. Eu saí daqui na sexta-feira com a informação que tinham 150 pessoas no acampamento, que tava tudo tranquilo, que não iriam permitir que entrasse mais ônibus, que não iriam permitir que juntasse mais ninguém. Eu viajei para São Paulo na maior tranquilidade. E aconteceu o que aconteceu — afirmou.