Barbeiro agride gays no Rio de Janeiro, grava ataques e publica em rede social
Em vídeos postados no próprio perfil no Instagram, ele mostrava a abordagem feita no banheiro, além das agressões verbais e físicas
Um barbeiro gravou e publicou em seu próprio perfil numa rede social agressões que fazia a homens gays na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em um dos vídeos que ganhou repercussão, após ser publicado no perfil do jovem que contava com quase 13 mil seguidores, aparecem ao menos duas vítimas.
As abordagens eram realizadas em banheiros públicos, quando o agressor abordava os homens sob o pretexto de estar sendo encarado. Os internautas destacam que as situações eram premeditadas e os ataques realizados no Shopping Downtown, no bairro, lugar em que fica a barbearia onde ele trabalhava até o caso ficar conhecido.
O barbeiro gravava as abordagens. Ele questionava o motivo de estar sendo observado pelo homem e, caso fosse gay, as agressões tinham início, tanto físicas como verbais.
A conta em que o material foi inicialmente publicado, que pertence ao barbeiro, não está mais aberta no Instagram, mas criadores de conteúdo estão divulgando o vídeo a fim de ajudar na identificação do suspeito de denunciar o caso. No vídeo que tem sido compartilhado, o barbeiro está no banheiro, quando vê um homem e então dá início à abordagem. De forma agressiva, pergunta o motivo de "estar sendo observado".
O barbeiro indaga: "Sabe quem eu sou?". E dá início à perseguição ao homem, já fora do banheiro, numa área externa. O homem abordado aparece correndo, tentando se distanciar do barbeiro. Ele parece cair e ser alcançado, no que as imagens ficam tremidas, sem ser possível ver o que acontece.
O vídeo então corta para o momento em que o barbeiro se grava, diante de um espelho, contando o que teria feito. Ele diz: "Rapaziadinha, o desfecho da história foi que ele correu pro lago ali, tem um chafarizinho, um laguinho. Tentei jogar ele dentro do lago, não caiu, o cara era altão, tá ligado? E, filho, só bati mesmo. Não deu para fazer mais nada. Mas a cara dele tá aí, pô, tá gravada. Eu vou pegar ele pô, para deixar de ser otário. Sabe por quê? Se é meu filho, pô, se é minha filha, tá ligado?", diz, como se justificasse as agressões.
Em outro vídeo, ao final, um outro homem aparece caído, dentro de um elevador. Na legenda, o barbeiro escreveu: "Mais um manja, olha comé q nós deixa" (sic).
Um criador de conteúdo destaca que o barbeiro faz um "isca" para os homens, em que os fica encarando até o ponto em que consegue começar uma discussão e então dar início às agressões, até mesmo físicas.
Nas publicações em que o vídeo foi postado editado para preservar a identidade das vítimas e a para denunciar o caso, os internautas mostram revolta e pedem por justiça diante das agressões gravadas e divulgadas.
"Super importante essa denúncia. Ele precisa responder e pagar na justiça por esses crimes. Eu fiquei mto chocado e revoltado", escreveu um internauta.
Outro destacou que deve haver investigação:
"Acho que tem que denunciar pq ele pode ir pra outro lugar e continuar fazendo isso pros 12k de seguidores que ele tem que ficam assistindo essa barbárie! Galera já tem o vídeo, o rosto dele, e se tiver investigação, a polícia consegue os dados dele na barbearia @barberchopp."
Em nota, a BarberChopp, onde o barbeiro trabalhava, na loja do Shopping Downtown publicou um nota nas redes sociais em que afirma: "A BarberChopp vem por meio desta nota manifestar seu repúdio a qualquer tipo de preconceito e/ou violência. Após tomar ciência do caso ocorrido nas imediações do Shopping Downtown, o colaborador envolvido não faz mais parte da BarberChopp".
Também por meio de nota, o shopping afirma que "a administração do Downtown, até o presente momento, não recebeu nenhuma notificação formal a respeito desse caso. O Downtown tomou conhecimento do ocorrido através de um vídeo postado na internet. O lojista já publicou uma nota em suas redes sociais, informando o desligamento do colaborador envolvido. O Downtown reforça que repudia qualquer forma de agressão física, verbal, e psicológica".
Procuradas, a Polícia Civil e a Polícia Militar ainda não se manifestaram.