Carnaval 2023

Olinda abre votação popular para escolha dos homenageados do Carnaval 2023

Votação segue desta quinta (19) até a próxima terça (24)

Candidatos e representantes dos homenageados acompanharam o anúncio da votação - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A Prefeitura de Olinda anunciou nesta quinta-feira (19) a programação para a abertura do Carnaval 2023. Assim como em anos passados, a escolha dos homenageados ocorrerá por meio de votação popular. A votação pode ser realizada pelo site da prefeitura ou por meio de um totem itinerante.

O equipamento estará à disposição do público nestas quinta e sexta-feira (20), na sede da prefeitura, das 10h às 17h. Já de sábado (21) até a próxima terça (24), o totem ficará no Shopping Patteo Olinda, no mesmo horário. 

Os homenageados concorrem em duas categorias – vivos e in memoriam – com cinco candidatos cada uma. O resultado será divulgado na quarta-feira (25).

Veja, abaixo, os candidatos a homenageados do Carnaval 2023 de Olinda: 
 Candidatos para homenageados (em vida) 
- Maestro Oséas (Músico e Arranjador)
- Dona Glorinha do Coco (Cantora)
- Mestre Tonho das Olindas (Passista e dançarino)
- Seu Abílio (Velho do Cariri)
- Rogério Rangel (Cantor)
 
Candidatos para homenageados (in memoriam)
- Guitinho da Xambá (Cantor e ativista cultural)
- Porquinho (Porta-estandarte)
- Zé da Macuca (Fundador do Boi da Macuca)
- Pedro Sapateiro (primeiro porta-estandarte da Troça Carnavalesca Ceroulas de Olinda)
- Dona Janete (Maracatu Leão Coroado)
 
Locais e datas de votação:
(19/01) - Prefeitura de Olinda
(20/01) - Prefeitura de Olinda
(21/01) - Shopping Patteo
(22/01) - Shopping Patteo
(23/01) - Shopping Patteo
(24/01) - Shopping Patteo
(25/01) - Anúncio dos vencedores

Perfil dos candidatos
Candidatos em vida:
Dona Glorinha do Coco

Dona Glorinha do Coco foi batizada Maria da Glória Braz de Almeida.  Nasceu no bairro do Amaro Branco, em Olinda, em 1934. Neta de pessoas escravizadas, a história de Dona Glorinha se confunde com a tradição do genuíno Coco Olindense, a partir do Amaro Branco, e vem consolidando a base do ritmo em Pernambuco há mais de 100 anos.

Dona Glorinha aprendeu o coco com sua mãe desde os sete anos de idade. Hoje é uma das mestras mais velhas de Pernambuco, com 89 anos. A única que ainda toca ganzá, da forma mais primitiva, costume entre as coquistas do passado. Aos 77 anos  teve grande exposição pública de sua potência artística.
De lá pra cá, Dona Glorinha do Coco gravou dois CDs, realiza sambadas no Amaro Branco e fortalece o legado da cultura tradicional e popular de Olinda, enriquecendo ainda mais a diversidade artística e cultural do nosso Carnaval.

Maestro Oséas
Oséas Leão de Souza, mais conhecido como Maestro Oséas, nasceu na cidade de  Aliança, em 24 de maio de 1954. Chegou em Olinda aos 12 anos e hoje mora na rua do Amparo.

Trompetista de mão cheia, aos 15 anos tocou seus primeiros frevos, na banda Henrique Dias. Aos 18, passou a integrar de forma permanente a banda, onde segue até hoje, 50 anos depois.

O Maestro Oséas é responsável por animar os grandes blocos do Carnaval de Olinda, como: Menino da Tarde, Elefante, Vassourinhas, João Travolta, Ceroula, Cariri, entre vários outros.

Há mais de 40 anos tem a sua própria orquestra, animando os foliões por onde passa. O maestro, que gosta de tocar frevos difíceis, é símbolo do Carnaval de Olinda e já cravou seu nome na história da festa mais democrática e alegre do mundo 
 
Rogério Rangel
Rogério Rangel nasceu em Recife, em fevereiro de 1958. Aos 14 anos, tocou os primeiros acordes no violão e ao longo do tempo participou de vários grupos musicais, entre eles, Banda de Pau e Corda, Turma do Pinguim entre outras.

Há 10 anos residindo em Olinda, Rogério Rangel é um dos membros fundadores da Sociedade dos Forrozeiros Pé-de-Serra. Atuou como diretor musical de peças teatrais, como: Viva o Cordão Encarnado (Luiz Marinho); Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque); O Equilibrista (Paulo Caldas) e Torturas de um Coração (Ariano Suassuna).

Em 1980, Rogério Rangel começou sua carreira solo de intérprete e formou a Banda Vuô, onde realizou vários shows em Olinda, Recife, e outras cidades. Com oito CDs gravados, Rogério Rangel faz a alegria por onde passa.
 
Seu Abílio - Velho do Cariri 
Abílio Ferreira do Nascimento Filho, o Velho do Cariri, é morador de Olinda, residente no bairro do Guadalupe. No auge dos seus 61 anos de idade, a história do homem se confunde com a história da Troça Carnavalesca Mista Cariri.

Seu Abílio nasceu em 1961 e, aos 13 anos, junto com sua família, iniciou sua história como desfilante de fantasias, sendo o Cariri a única troça que participou sua vida inteira. Depois de 38 anos de dedicação e amor à troça do coração, Seu Abílio realizou o sonho de adolescente, que é vestir o Velho do Cariri, principal personagem da troça.

Há 10 anos, seu Abílio, junto com seu inseparável burrico, abrem o Carnaval de Olinda, quando recebem a chave do Homem da Meia Noite, às 4h da manhã, do domingo de Carnaval. Ele mantém a tradição de 102 anos de história do Cariri, que é a primeira troça a desfilar nas ladeiras de Olinda.
 
Tonho das Olindas
Antônio José da Silva, artisticamente chamado Mestre Tonho das Olindas, é filho natural da cidade, nascido em 1970 e residindo toda sua vida na Barreira do Rosário.

Conheceu as danças tradicionais pernambucanas aos oito anos de idade, e com nove anos  já ganhou seu primeiro pagamento com a arte da dança, tendo o frevo como principal vetor de estudo e prática. Em 1982 passou a integrar o grupo Frevo, Capoeira e Passo, formado por Nascimento do Passo.

Aos 16 anos, Mestre Tonho das Olindas passou a ensinar sua arte, conectando cultura e educação, tornando-se educador em dança popular, tendo contribuído com a formação de milhares de passistas e dançarinos populares mundo afora.

Com 43 anos de carreira, Tonho das Olindas é um Mestre de interpretar com o movimento do corpo os ritmos da cultura tradicional e popular pernambucana, tendo dominado, o frevo, capoeira, maracatu, ciranda, coco, samba de roda, maculelê, afoxé, dança afro, cavalo marinho, xaxado, forró e caboclinho. Tonho é um expoente do Carnaval de Olinda e de Pernambuco.

Candidatos In Memoriam
Dona Janete 

Nascida em 1950, no estado de Alagoas, Janete Hora de Aguiar, mais conhecida como Dona Janete, chegou em Olinda em 1958, onde teve sua vida e trajetória dedicada ao Maracatu Leão Coroado, sediado em Águas Compridas. Dona Janete iniciou sua história na Nação, em 1991, tendo 31 anos dedicados à brincadeira do Maracatu.

Desde 2003, tornou-se Dama do Paço do Leão Coroado, importante cargo, com a responsabilidade de carregar a calunga, ‘Dona Izabé’, trazendo o orixá protetor do maracatu. Com amor, realizou essa função marcada também por respeito e dedicação enquanto esteve em vida.

Dona Janete amava o Carnaval de Olinda e brincava com satisfação ao ver o Leão Coroado brilhando e fazendo a alegria dos foliões pelas nas ladeiras da cidade. A matriarca foi responsável por manter a tradição do maracatu viva tanto quanto o Mestre Afonso, companheiro de vida e mestre do grupo. Neste plano, costurou, bordou, cozinhou, arrumou, limpou, cuidou do Maracatu e de todos que pôde acolher.
 
Guitinho da Xambá
Cleyton José da Silva, conhecido, inclusive internacionalmente, como Guitinho da Xambá, foi músico, ativista negro, antropológo, produtor cultural e pesquisador. Fundou o Grupo Bongar,  em 2001, com o propósito de divulgar a cultura Xambá e a musicalidade do Terreiro Xambá.

Guitinho dedicou a vida às causas do povo negro e à Cultura Tradicional e Popular. Fez da sua música instrumento político de luta em prol do povo de terreiro, do povo negro e da cultura pernambucana. Lutou contra o racismo, contra o preconceito, a intolerância religiosa, o machismo, e LGBTfobia e contra todas as mazelas que assolam o nosso País.

À frente do Grupo Bongar, idealizou diversos projetos sociais, educativos e culturais na Comunidade Xambá. Foi o idealizador do projeto “Tem Preto na Tela” e sempre chamou os gestores públicos à responsabilidade com as minorias. Guitinho participou de diversas lutas, em conferências de cultura, seminários e teias da cultura.  Sua música é conhecida em diversos lugares do Brasil e do mundo.
 
Pedro Sapateiro
Pedro Salomão do Ó, mais conhecido como ‘Pedro Sapateiro’, foi o primeiro porta- estandarte da tradicional Troça Carnavalesca Ceroulas de Olinda, onde sustentou o estandarte por meio século.

Pedro Sapateiro nasceu em 1923, em Igarassu, e chegou em Olinda aos nove anos de idade, residindo no bairro do Guadalupe. O brincante entrou para história do Carnaval como um dos principais porta-estandartes, com passagem por agremiações como Elefante; Pitombeira; A Porca; Marim dos Caetés; Cheguei Agora; Urso da Madame; Cariri; entre outros.

Aos 12 anos, iniciou sua história com o Carnaval de Olinda e não parou mais. Dedicou 77 anos de sua vida para contribuir com as tradições culturais de Olinda e de Pernambuco. Em vida ensinou sua arte para parentes e aprendizes, que hoje continuam seu legado desfilando nas ladeiras históricas de Olinda e fazendo do nosso Carnaval uma festa verdadeiramente do povo e para o povo.

Porquinho 
Nivaldo Maximiano dos Santos, popularmente reconhecido como ‘Porquinho’, foi um olindense da gema, nascido em 1948, que se destacou como um dos mais renomados porta-estandartes e bonequeiros do Carnaval de Olinda. Ele dedicou mais de 30 anos de vida para a manutenção e preservação da nossa cultura tradicional e popular de Pernambuco.

Porquinho desfilou em quase todas as grandes agremiações e blocos de Olinda. Dedicou grande parte de sua trajetória de vida à Troça Carnavalesca Mista ‘A Porca de Olinda’, onde foi presidente e brincante por mais de 20 anos. O porta-estandarte também emprestou o seu talento por décadas ao Menino da Tarde. Porquinho fez escola e hoje assinala três gerações de familiares dentro da troça.

Porquinho cravou seu nome na história do Carnaval e da cultura de Olinda, sendo um exemplo de dedicação e amor à nossa tradição. Porquinho vive em cada boneco e em cada estandarte que sai nas ruas de Olinda.
 
Zé da Macuca
José Oliveira Rocha, o Zé da Macuca, sempre foi sinônimo de alegria. Nascido em Palmeirina-PE, em 1954, chegou a Olinda em 1978. Foi durante a sua festa de aniversário de 35 anos, em 1989, que Zé criou o Boi da Macuca.

Inquieto, o ativista sempre foi um grande admirador da cultura tradicional e popular pernambucana. Criou o Boi da Macuca com o desejo de deixar seu legado para o Carnaval e para Olinda, através da poesia, musicalidade, alegria e originalidade. Entre muitas ações, ele reforçou as referências do frevo olindense com as músicas de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.

A brincadeira do Boi da Macuca transpassa o Carnaval e ao longo do ano realiza diversas ações que movimentam a cadeia econômico-cultural de Olinda, incorporando em seu repertório músicas de artistas contemporâneos da nossa cidade. O Zé da Macuca e o seu o boi são grandes vetores de fomento e propagação da cultura e do Carnaval de Olinda.