Justiça aprova plano de recuperação judicial da Americanas, que tem R$ 43 bi em dívidas
Decisão determinou ainda que os bancos BTG, Bradesco, Itaú, Votorantim e Safra façam desbloqueio de recursos
O juiz da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Paulo Assed, aceitou o pedido de recuperação judicial da Americanas. A notícia foi antecipada por Lauro Jardim.
Em sua decisão, o magistrado determinou ainda que os bancos BTG, Bradesco, Itaú, Votorantim e Safra, que efetuaram bloqueios de recursos, contra a varejista sejam intimados para que cumpram no prazo de seis horas o desbloqueio dos valores sob pena de multa de 10% (dez por cento) do valor que tiver sido compensado e retido.
Assed destacou que a Americanas deverá comprovar ainda a utilização dos recursos com destinação exclusiva a manter o fluxo de caixa da atividade empresarial.
O aval da justiça ocorreu horas após a Americanas entrar com pedido de recuperação judicial. A empresa informou que o valor total de sua dívida é de cerca de R$ 43 bilhões e conta com 16.300 credores. A lista desses credores será apresentada em 48 horas.
A empresa afirmou que pretende apresentar o plano de recuperação em 60 dias, que é o prazo previsto em lei. A Americanas pediu ainda à Justiça autorização para capitalizar a AME, um dos maiores vetores de renda da varejista, especialmente por se tratar de uma instituição financeira.
Os acionistas de referência da Americanas — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, do 3G Capital — pretendem manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, da americanas.com , da Ame e suas demais coligadas, informou a Americanas em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
No início da manhã, a empresa já havia alertado que, devido ao tombo no caixa, reduzido a R$ 800 milhões, valor que foi reduzido a R$ 250 milhões após os bloqueios de diversos bancos.