Recife divulga homenageados do Carnaval 2023; Geraldo Azevedo é um dos nomes
Três nomes foram escolhidos como representantes de duas das expressões artísticas mais famosas do Estado: o frevo e o maracatu
Geraldo Azevedo, Dona Marivalda e Zenaide Bezerra. Esses três grandes nomes da cultura pernambucana serão os homenageados do Carnaval do Recife em 2023, que acontece entre os dias 17 e 22 de fevereiro e será marcado pela volta da folia nas ruas após dois anos sem festa por causa da pandemia de Covid-19.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (20) pelo prefeito João Campos, que fez o convite aos artistas durante visita à Casa do Carnaval, no Pátio de São Pedro, no bairro de São José, Centro da cidade.
Segundo a Prefeitura, os três foram escolhidos como representantes de duas das principais expressões artísticas do Estado: o frevo e o maracatu. "A gente fica muito feliz de poder fazer esse movimento em nome da nossa cidade, do povo do Recife, sabendo que, neste ano, nós teremos o maior e mais bonito Carnaval da história, depois de dois anos adormecidos em virtude da pandemia", afirmou o prefeito João Campos.
Dona Marivalda
Matriarca, rainha e presidente do Maracatu Estrela Brilhante desde os idos de 1995, Marivalda Maria dos Santos representa e congrega muitas gerações e tradições da cultura popular recifense e pernambucana. Costureira de mão cheia, começou devotando seus talentos e afetos a diversos brinquedos, de escolas de samba a grupos de maracatu, que nascem, se fundem e se confundem nas periferias do Recife.
Muito trabalho e festa depois, assumiu seu lugar na linhagem de majestades, divindades e mestres das brincadeiras populares, sendo coroada rainha nas avenidas de Momo e também nos terreiros sagrados de seus ancestrais. Marivalda é testemunho de festa e fé, uma vida inteira devotada às tradições que sustentam o Recife e sua gente.
Zenaide Bezerra
Considerada a mais antiga passista em atividade do Brasil, Zenaide Bezerra tem 73 anos de idade e pelo menos 65 de frevo. Começou a dançar reproduzindo os ensinamentos e movimentos do seu pai, o renomado passista Egídio Bezerra.
Em 1975, montou um grupo de dança, Grupo Folclórico Egídio Bezerra, que se dedica a transmitir, desde então, as tradições pernambucanas a muitas gerações de recifenses. Zenaide jamais aposentou a sombrinha e participa ininterrupta e efetivamente, até hoje, da programação do Carnaval do Recife.
Em 2022, foi declarada Patrimônio Vivo do Recife, em reconhecimento à história que ela conta e perpetua a cada passo que se dedica a apresentar e legar para as próximas gerações do Carnaval e da cultura recifense.
Geraldo Azevedo
Nascido em Petrolina, Geraldo Azevedo entrou pela porta do frevo na carreira musical. Suas primeiras experiências no palco foram como integrante de uma banda de Carnaval. O frevo também marcou sua estreia como compositor, em 1967, quando ele escreveu a música “Aquela Rosa”, que mais tarde viria a se tornar um clássico momesco, em parceria com seu parceiro de muitos sucessos e carnavais, Carlos Fernando.
Naquele mesmo ano, o frevo de bloco, que nunca mais seria esquecido pelas ruas do Recife, chegou a ser vencedor do Festival de Música Popular do Nordeste. Geraldo participou ainda do Projeto Asas da América, que resgatava o ritmo, desde seu primeiro disco, em 1979. Ao longo da carreira, seguiu colecionando parceiros importantes, como Naná Vasconcelos, Alceu Valença, Xangai e Elomar, Elba e Zé Ramalho.
Com seu timbre inconfundível, confirmou-se a voz a falar por um povo inteiro. Gravou mais de 20 discos e rodou meio mundo dedilhando forró e xote, baião e maracatu, além do frevo de sempre em sua inseparável viola. Em 2019, ele revisitou o ritmo com um lançamento de um inédito disco todo dedicado ao ritmo, sob o título ‘É o Frevo. É Brasil’. Quando fevereiro chegar, faz tempo que ele profetiza, saudade já não mata a gente.