Investigação

Na Califórnia, homem dispara contra pessoas depois de celebração do Ano Novo Lunar e mata dez

Crime está sob investigação do Departamento de Polícia de Monterey Park

Nove pessoas foram mortas a tiros na Califórnia - Frederic J. Brown/AFP

Dez pessoas morreram, e pelo menos dez ficaram feridas, em um ataque armado à queima-roupa em Monterey Park, uma localidade predominantemente asiática no sul da Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos — informou a polícia neste domingo (22).

O presidente Joe Biden foi informado sobre os homicídios em Monterey Park e ordenou ao FBI (a Polícia Federal americana) que dê "total apoio" às autoridades locais, tuitou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

O atirador, que segue foragido, abriu fogo em um estúdio de dança em Monterey Park, nos arredores de Los Angeles, enquanto a comunidade local comemorava o Ano Novo Lunar chinês.

Com cerca de 61.000 habitantes de origem asiática, esta localidade fica em torno de 13 km a leste do centro de Los Angeles.

Testemunhas disseram que ele atirou, indiscriminadamente, com uma arma semiautomática.

O capitão Andrew Meyer, do Departamento do Xerife de condado de Los Angeles, disse à imprensa que os policiais responderam às chamadas de emergência por volta das 22h20 de sábado e, quando chegaram, encontraram pessoas saindo do clube de dança.

Ao entrar no local, dez pessoas foram declaradas mortas, e pelo menos dez ficaram feridas e foram levadas para hospitais da região, com quadros que variaa de estável a crítico.

"O suspeito fugiu do local e continua foragido", disse Meyer.

A polícia não divulgou uma descrição do suspeito, nem o tipo da arma usada.

Investigadores especializados desse departamento estão "ajudando a Polícia de Monterey Park na investigação de mortes por disparos", conforme comunicado divulgado mais cedo.

Meyer disse que os detetives ainda não sabem se o suspeito conhecia suas vítimas, ou se foi um ataque não direcionado a alguém em particular.

"Vamos olhar todos os ângulos", disse ele, acrescentando que os policiais estão revisando as imagens das câmeras de vigilância.

"É muito cedo, na investigação, para saber se este incidente foi um crime de ódio, ou não", frisou.

Em 2021, mais de 7.000 crimes de ódio foram denunciados nos Estados Unidos, afetando mais de 9.000 pessoas, segundo dados do Departamento da Justiça. Deste total, dois terços estavam relacionados com raça.

Disparos à queima-roupa 
Wong Wei, um morador da cidade, disse ao jornal Los Angeles Times que uma amiga sua foi ao evento e estava no banheiro, quando os tiros começaram. Ao sair, ela viu um homem com uma arma longa, que atirava à queima-roupa. Também viu três corpos: duas mulheres e uma pessoa que identificou como o dono do estúdio.

O jornal informou que Seung Won Choi, dono de um restaurante de frutos do mar próximo ao local do crime, contou que três pessoas entraram correndo em seu restaurante e disseram a ele para trancar a porta.

Os três relataram que havia um homem com uma arma semiautomática, com vários cartuchos de munição, e que recarregava cada vez que acabava, acrescentou Choi, em entrevista ao jornal.

Ainda de acordo com Los Angeles Times, dezenas de milhares de pessoas estavam reunidas desde cedo, nessa data, para as festividades de dois dias do Ano Novo chinês.

Meyer disse que os detetives estão a par de outro episódio de violência similar, ocorrido na localidade vizinha de Alhambra.

"Temos investigadores na cena do crime tentando determinar se há uma conexão entre esses dois incidentes", afirmou.

Segundo a imprensa americana, uma tentativa de ataque armado em um local de dança em Alhambra foi frustrada. O atirador foi derrubado e desarmado, e não houve feridos.

A violência armada é um grande problema nos Estados Unidos, onde, segundo o site Gun Violence Archive, houve 647 ataques armados no ano passado, definidos como incidentes envolvendo quatro ou mais pessoas baleadas, ou mortas, sem incluir o atirador.

Mais de 44.000 pessoas morreram no país por ferimentos a bala em 2022, e mais da metade delas, por suicídio.

Os Estados Unidos têm mais armas do que pessoas: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma, e quase um em cada dois adultos mora em uma casa com uma arma.