RIO DE JANEIRO

Caso Henry: Monique Medeiros pede licença de 60 dias da Secretaria municipal de Educação

Professora atua no almoxarifado da pasta municipal enquanto aguarda julgamento. Secretário Renan Ferreirinha diz que vai apurar o pedido de afastamento

Monique estava presa desde o fim de junho no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, Rio de Janeiro - Fernado Frazão/Agência Brasil

Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, entrou com um atestado de 60 dias e pediu o afastamento do trabalho na Secretaria municipal de Educação.

A pedagoga foi alocada no almoxarifado, enquanto aguarda julgamento para definir seu destino como servidora pública, como revelou o jornalista Ancelmo Gois. O caso se tornou público no último domingo. A volta de Monique à pasta causou revolta nos servidores que atuam na sede do órgão.

O secretário de Educação, Renan Ferreirinha, disse ao RJ2, da TV Globo, que vai abrir uma sindicância para investigar o pedido de afastamento da servidora. Nas redes sociais, Ferreirinha já tinha se manifestado sobre a volta de Monique à pasta: "Se dependesse mim, Monique já teria sido demitida há muito tempo", disse.
 

Ré pela morte do filho, Monique aguarda o julgamento em liberdade depois de ter sua prisão revogada pelo STJ. Ela é servidora do município e recebeu salário de R$ 3,1 mil em dezembro por trabalho em uma função administrativa na secretaria. Monique estava de licença desde abril de 2021, quando foi presa preventivamente. Ela e o ex-vereador Dr. Jairinho serão julgados pelo II Tribunal do Júri.

Segundo Ferreirinha, a volta de Monique à pasta se deu por uma orientação jurídica, já que não houve ainda uma sentença condenatória contra a servidora. Dessa forma, ela não pode ser afastada de suas funções nem ter salário suspenso. Ferreirinha reforça que Monique ficará longe de salas de aula e escolas do município.

Monique foi aprovada em um concurso público da Secretaria municipal de Educação em 2011, e passou a dar aulas para turmas de Ensino Infantil da Escola Ariena Vianna da Silva, em Senador Camará, onde, sete anos depois, ascendeu à diretora. Ela atuou na unidade até agosto de 2020 para assumir um cargo no Tribunal de Contas do Município (TCM), onde viu seu salário pular de R$ 4 mil para R$ 16.500. A pedagoga, porém, foi exonerada do TCM em março de 2021, mas seguiu com a matrícula no município.

Veja a nota da Secretaria municipal de Educação na íntegra:

"A orientação jurídica recebida pela Secretaria Municipal de Educação foi de que, como a servidora foi solta pelo Superior Tribunal de Justiça e ainda não houve sentença condenatória, não há como a servidora concursada ser afastada e ter sua remuneração suspensa, razão pela qual ela retornou ao trabalho, em função administrativa no almoxarifado da secretaria."