Grupo EQM

Usina Utinga realiza programa pioneiro de aprendizes com jovens do sistema socioeducativo de Alagoas

Programa conta com parceria do Sesi/Senai e foi lançando na segunda-feira (23)

Programa foi lançado nesta segunda (23) - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Uma nova chance. Essa é a premissa que marca a realização pela Usina Utinga, do Grupo EQM, da primeira turma de aprendizes com jovens oriundos do sistema socioeducativo de Alagoas. Em uma iniciativa inédita no estado, a usina se tornou a primeira empresa sucroenergética a implementar o programa com foco na capacitação de reeducandos.

Ao todo, neste primeiro momento, 16 jovens da Unidade de Semiliberdade da Superintendência de Medidas Socioeducativas (Sumese) do governo alagoano participam da ação, que tem duração de dois anos. 

Contratados com carteira assinada pela Usina Utinga, eles serão alunos do curso de qualificação de Operador de Suporte e Manutenção em Microcomputadores e Redes Locais na área de Tecnologia da Informação (TI), promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem - Sistema S (SESI/SENAI).

Os reeducandos também exercerão atividades práticas na própria Sumese. O objetivo é preparar os jovens para que tenham a oportunidade de recomeçar e ingressar no emprego formal.

Na última segunda-feira, foi realizado, na sede da usina, o lançamento do programa. O evento contou com autoridades da magistratura e do Ministério Público, além de representantes do Senai, da Sumese e da diretoria do Grupo EQM.

“Foi uma conjuntura. Foram várias pessoas e vários órgãos que se uniram com essa ideia e a gente foi em frente. Nós já temos os jovens aprendizes na empresa e agora estamos vindo com essa nova vertente, que é com os socioeducandos",  comentou Eduardo Cunha, diretor operacional do Grupo EQM.

“O programa surgiu no sentido de acolher e desenvolver as pessoas. É um público que normalmente não tem oportunidade”, acrescentou a gerente de Gestão de Pessoas da Usina Utinga, Késia Santos.

Diretora de Gestão de Pessoas da usina, Claudia Dantas destacou que o programa vai ao encontro dos três pilares mantidos na empresa: ambiental, social e governança corporativa. 

“A Usina Utinga tem a oportunidade de fazer uma grande contribuição com a sociedade, porque quando nós estamos acreditando nesses jovens, nós estamos falando em acreditar no futuro, no reescrever de uma história e de uma mão de obra que será qualificada para o mercado de trabalho”, pontuou.

O juiz do trabalho Alonso Filho, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho de Alagoas, também esteve presente no lançamento e ressaltou o caráter estruturante do programa.

“Me sinto gratificado de ver o empenho da Usina Utinga, juntamente com o Ministério Público do Trabalho, com o Ministério Público Estadual, com o Ministério do Trabalho, através dos diversos parceiros e atores sociais, criando essa rede de proteção para os jovens que estão passando por uma momento temporário de medida socioeducativa. A magistratura enxerga isso como algo positivo, como algo de transformação. É uma oportunidade de mudança de vida”, ressaltou.

Para a procuradora do trabalho (MPT) e vice-coordenadora da Coordinfância, Claudia Soares, o programa desenvolvido pela Usina Utinga marca uma nova era para o sistema socioeducativo.

“Eu considero um grande marco, um grande símbolo, essa inauguração da primeira turma de aprendizagem com adolescentes e adultos jovens do socioeducativo aqui de Alagoas. É um marco mesmo civilizatório em relação à efetivação do direito à profissionalização desses adolescentes. A aprendizagem é um poderoso instrumento de combate ao trabalho infantil e de ressocialização. Então, eu acho que a palavra hoje é oportunidade”, disse.

“É uma iniciativa maravilhosa, uma iniciativa louvável, de incluir jovens vulneráveis que, especificamente, são jovens que cumprem medida socioeducativa. Ou seja, eles têm restrição de liberdade. E esse público com certeza tem muita dificuldade de se inserir no mercado de trabalho. Então, a gente fica muito feliz por efetivamente estar abrindo portas para um público vulnerável”, completou o auditor fiscal do trabalho Leandro Carvalho, um dos articuladores para a realização do programa.

Superintendente de Medidas Socioeducativas de Alagoas, Otávio Rêgo afirmou que um importante objetivo foi alcançado com a iniciativa. “Existe muito preconceito. Eu converso muito com os jovens e disse a eles: ‘a gente vai conseguir que vocês tenham um curso profissionalizante’”, comentou.

“Para o Senai é uma satisfação muito grande. De fato, existe um pleito social que a usina e o Senai estão comprando. Tenho certeza de que esses 16 jovens vão sair com uma oportunidade única na vida”, frisou Gustavo Passos, executivo do Senai.

Aos 20 anos de idade, E.S é um dos aprendizes que fará parte do programa. “Eu soube dessa oportunidade de emprego e achei uma coisa bem massa, gostei mesmo, quero conhecer mais e mais e saber como é. Vai ser muito importante porque é uma qualificação, uma oportunidade, uma porta de emprego”, comentou, entusiasmado com a nova chance. 

Diretor jurídico do Grupo EQM, Silvio Melo destacou que ver um programa como esse ser colocado em prática reflete o desejo de toda a organização. “Esse projeto não é nada mais nada menos do que o sonho do homem mais humilde dessa empresa até o homem que exerce a maior função”, disse.

“Esse projeto mostra que ser empresário vai muito além de ter lucro ou de ser bem-sucedido na ordem monetária. Vai muito além disso, tem a parte social. E hoje a gente mostra que o Grupo EQM é pioneiro em dar oportunidade a esses jovens”, acrescentou José Lustosa, advogado do Grupo EQM.

O superintendente da usina, Tony Ramos, também ressaltou o orgulho da instituição em promover a iniciativa. “Capacitar, desenvolver, é o futuro. A gente fica muito feliz em poder participar desse projeto”, frisou.