Anestesista colombiano é indiciado por mais dois crimes: estupro e exercício ilegal da profissão
Andres Oñate Carrillo está na cadeia desde a última segunda-feira e é investigado em mais dois inquéritos
A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) indiciou o médico colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo por mais dois crimes: estupro de vulnerável e exercício ilegal da profissão. Há ainda uma terceira investigação na delegacia. Desta vez, a conclusão do inquérito é relativa ao abuso ocorrido no Hospital Estadual dos Lagos, em Saquarema, em 15 de dezembro de 2020.
Nesse inquérito, Andres Eduardo Oñate Carrillo é acusado de abusar de pacientes durante procedimentos no Hospital Estadual dos Lagos, em Saquarema, em 15 de dezembro de 2020. Segundo apurado, na época do crime, em 2020, ele não tinha registro no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
Nesta segunda-feira, ele já havia sido indiciado por estupro de vulnerável no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Ilha do Fundão. Andres está preso desde a semana passada. Ele ainda é investigado por armazenar pornografia infantil. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida.
Por que Andres Carrillo atendia no Hospital estadual dos Lagos, um dos locais dos abusos?
A polícia encontrou ao menos dois vídeos em que Andres se reconhece nas imagens abusando sexualmente de pacientes. Uma das vítimas foi operada no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, em dezembro de 2020. Segundo a Secretaria estadual de Saúde, o médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021. Em nota, o órgão informou que “já solicitou à direção da unidade hospitalar todos os dados e prontuários do período em que o médico trabalhou como prestador de serviço e vai instaurar uma sindicância para apurar as devidas responsabilidades”.
No entanto, falta esclarecer o motivo de Carrillo ter atendido pacientes por quase um ano na unidade. Na época, o médico ainda não tinha registro no Conselho de Medicina e tampouco tinha sido aprovado no exame Revalida, que habilita seu diploma de medicina da Colômbia. A secretaria estadual de Saúde também não revelou a quantidade de procedimentos dos quais Carrillo participou.
O médico trabalhou em quantos hospitais no Rio?
Ainda não se sabe quantas unidades da rede privada Andres Carrillo trabalhou no último ano. Além do Hospital Quinta D'Or, que abriu uma sindicância para apurar os procedimentos, não se sabe em quais hospitais privados ele participou de cirurgias.
Na rede pública, a única unidade que Andres Carrillo trabalhou como médico foi no Hospital Universitário Pedro Ernesto, administrado pela Uerj, entre maio e dezembro de 2022. No Hospital Universitário Clementino Fraga, da UFRJ, ele era somente um aluno e não poderia atender pacientes sozinhos. Por isso, seu nome no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) não aparece ligado ao hospital do Fundão.