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Bezos volta ao 3º lugar no ranking dos mais ricos da Forbes após perda bilionária de indiano

Gautam Adani havia superado o fundador da Amazon em setembro do ano passado

Jeff Bezos - Mandel Ngan/AFP

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, voltou à terceira posição no ranking de bilionários da Forbes, depois que o indiano Gautam Adani, que ocupava o posto, viu evaporar bilhões em valor de mercado de suas empresas. Adani foi acusado de fraude, o que fez desabar o preço das ações de suas empresas nesta quarta-feira (25).

Ele havia tomado o lugar de Bezos em setembro do ano passado. De acordo com o ranking em tempo real da Forbes, a fortuna de Bezos está em US$ 120,4 bilhões e a de Adani, em US$ 119,2 bilhões.

As ações do Adani Group - que também exibe o status de home mais rico da Ásia - registraram forte queda na quarta-feira, após as empresas de seu grupo serem acusadas de manipulação de mercado e de fraude contábil.

Há informações díspares sobre quanto o empresário indiano perdeu. Segundo a Bloomberg, as empresas teriam perdido US$ 12 bilhões em valor de mercado. De acordo com a Forbes, a fortuna do empresário indiano, de 60 anos, teria encolhido US$ 6,5 bilhões, o que já foi suficiente para ele perder o posto de terceiro homem mais rico do mundo.

A acusação foi feita pela americana Hindenburg Research, empresa de pesquisa financeira especializada em vendas a descoberto, que disse que as empresas do Adani Group fizeram uso inapropriado de paraísos fiscais e possuem endividamento excessivo, o que colocaria os negócios do grupo indiano em "situação financeira precária".

Segundo a Hindenburg, a investigação foi feita ao longo de dois anos e ouviu dezenas de pessoas, incluindo ex-executivos do Adani Group. O relatório da Hindenburg detalha uma rede de empresas offshore controladas pela família Adani em paraísos fiscais, como Caribe, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos.

Lavagem de dinheiro e corrupção
Alega ainda que foram usados para facilitar a corrupção, lavagem de dinheiro e roubo de contribuintes, enquanto desviavam dinheiro das empresas do grupo listadas em bolsas de valores e cujos negócios variam de portos a energia.

O relatório acrescenta que cinco empresas do grupo possuem alto risco de falta de liquidez no curto prazo e que sete delas possuem mais dívidas do que valor de patrimônio. Em uma delas, de energia, os débitos superam o patrimônio em mais de 2.000%. o documento também fez um alerta de que uma grande fatia das posses das empresas está sendo usada como garantias em empréstimos.

A Hindenburg Research atua com vendas a descoberto e é especializada em investigar fraudes corporativas que possam afetar investimentos.

Se as alegações de Hindenburg Research forem verdadeiras, Nitin Chanduka, analista da Bloomberg Intelligence em Cingapura, diz que isso pode levar a “mais supervisão regulatória e um escrutínio mais profundo, dada a importância sistêmica do Adani Group”.

Grupo vai acionar a Justiça
Nesta quinta-feira, o Adani Group disse que vai à Justiça contra a Hindenburg Research.

Estamos avaliando as disposições relevantes sob as leis dos EUA e da Índia para ações corretivas e punitivas contra a Hindenburg Research, disse Jatin Jalundhwala, chefe jurídico do Adani Group, em um comunicado.

Segundo Jalundhwala, o relatório “maliciosamente pernicioso e não pesquisado” afetou negativamente a empresa, os acionistas e os investidores.

A volatilidade nos mercados de ações indianos criada pelo relatório é motivo de grande preocupação e levou a uma angústia indesejada para os cidadãos indianos, acrescentou o comunicado.

O ataque de Hindenburg chega em um momento crítico para Adani. O magnata está tentando aumentar seu perfil internacional e está diversificando seu negócios para ampliar seu poder na Índia, onde ele mantém um relacionamento próximo com o primeiro-ministro Narendra Modi.

Os planos de expansão do império Adani estão intimamente alinhados ao desenvolvimento do governo e aos objetivos econômicos. O bilionário administra um dos maiores conglomerados da Índia, com investimentos que vão desde minas de carvão, um de seus primeiros negócios, até usinas de energia, portos e aeroportos.