Agreste

Chacina em São João: prefeito quer viabilizar intervenção na segurança pública da cidade

Cidade registrou ao menos nove mortes violentas em menos de 60 dias

Prefeitura de São João, no Agreste de Pernambuco - Reprodução

Antes pacata, a cidade de São João, no Agreste de Pernambuco, vive dias de violência extrema. Nos últimos dois meses, ao menos nove pessoas foram mortas de forma violenta, sendo cinco em uma chacina que aterrorizou os moradores, na noite dessa quinta-feira (26).

As outras quatro mortes foram notificadas em dezembro do ano passado, segundo as estatísticas oficiais da Secretaria de Defesa Social (SDS). 

Em todo o ano de 2022, São João notificou oito Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Desses oito, quatro foram em dezembro, e um nos meses de fevereiro, julho, agosto e novembro, cada, mostram os dados da SDS. 

Diante desse cenário de escalada da violência, o prefeito da cidade, Wilson Lima, quer viabilizar uma intervenção na segurança pública municipal. Com a medida, o prefeito pretende que os comandos dos órgãos também assumam as investigações sobre o caso da chacina e tomem "medidas severas contra a criminalidade".

No dia seguinte à chacina, esta sexta-feira (27), o prefeito Wilson Lima se deslocou ao Recife para tentar acelarar as investigações do crime. 

"A gente está numa situação muito difícil. Uma cidade muito pacata, mas que ultimamente vem acontecendo situações dessas, um problema que não atinge somente nossa cidade, mas também outras do Interior", disse o prefeito, em fala à Folha de Pernambuco, ao se referir ao tráfico de drogas.

A investida criminosa que resultou na chacina tinha como alvo Lucas Pereira de Andrade, de 23 anos, que teria envolvimento com o tráfico de drogas. Homens ainda não identificados chegaram ao local, um ponto de venda de espetinhos, no centro do município, e começaram a atirar. Além de Lucas, outras quatro pessoas foram atingidas e morreram - ao menos cinco ficaram feridos.

A SDS, em um primeiro comunicado, afirmou que as polícias Militar, Civil e Científica trabalham de forma integrada nas investigações, que seguem em curso para prender os autores dos disparos. Informações iniciais da pasta também indicam que a investida criminosa ocorreu motivada "pela rixa de grupos ligados ao tráfico de drogas".