Atos Golpistas

Golpista que roubou toga no STF é identificado; saiba quem é

O golpista "togado" foi identificado pela equipe de segurança como Willian da Silva Lima, morador de Campinas

o golpista "togado" foi identificado pela equipe de segurança como Willian da Silva Lima, morador de Campinas, no interior de São Paulo, de 25 anos - Reprodução / Redes Sociais

Diante da horda de golpistas que invadiu a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos de 8 de janeiro, um personagem específico ganhou destaque nesta semana após as imagens de câmeras de segurança o exibirem desfilando pelo tribunal com uma toga, vestimenta que simboliza a autoridade dos ministros da Corte.

Segundo o Globo apurou, o golpista "togado" foi identificado pela equipe de segurança como Willian da Silva Lima, morador de Campinas, no interior de São Paulo, de 25 anos. Ele foi um dos presos em flagrante no momento da retomada do prédio.

As imagens da depredação do Supremo que William circulou pela Corte usando a toga de um dos ministros ao longo do "tapete vermelho" que liga o edifício anexo à sede do tribunal. Informações obtidas com exclusividade pelo Globo dão conta que Willian resistiu à prisão e foi detido no subsolo do edifício-sede enquanto participava da destruição do prédio.

Ele é funcionário de uma empresa de temperos que pertence à sua família, e disse, em depoimento prestado à Polícia Federal, que entrou no prédio do STF "por curiosidade", tendo ficado no local por "dez minutos". Como havia muita fumaça no térreo da Corte, relatou, tentou sair do lugar por uma rota alternativa — mas acabou sendo preso em flagrante.

A versão apresentada aos investigadores não explica como, ao longo dos dez minutos que teria ficado no Supremo, Willian teria conseguido obter uma das vestimentas oficiais usadas pelos magistrados. Após a destruição das peças, a Corte precisou fazer uma compra emergencial de onze novas togas ao custo de R$ 17 mil.

No relato feito à PF, Willian afirmou que viajou a Brasília em um ônibus fretado por terceiros. Disse, entretanto, não saber quem eram os financiadores do transporte. Um dos focos da investigação da PF é descobrir os organizadores e financiadores dos atos terroristas.

Willian prestou depoimento à PF após sua prisão em flagrante. No seu testemunho, o homem disse ter embarcado em um ônibus em Campinas na noite de sábado, dia 7 de janeiro, com destino ao quartel-general do Exército em Brasília. De acordo com o relato, o preso afirmou que o ônibus fretado saiu da cidade paulista às 21h30 de sábado e chegou ao QG por volta de 11h30 da manhã.

O terrorista disse aos investigadores não ter recebido nenhum pagamento para participar das manifestações golpistas. Questionado sobre quem havia sido o financiador, respondeu: "Não conhece a pessoa que organizou a viagem para participar das manifestações em Brasília". Willian teve o celular apreendido e forneceu a senha para a PF ter acesso às mensagens e rastrear os organizadores da viagem.

Na última sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes encerrou a análise das audiências de custódia de 1.406 pessoas detidas após os atos golpistas e converteu a prisão de Willian em preventiva.

No dia 8 de janeiro, militantes golpistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília e promoveram a destruição dos prédios. O edifício-sede do Supremo foi um dos locais mais depredados pelos terroristas, e teve o plenário, assim como objetos históricos, relíquias e esculturas, vandalizado.