Entrevista

Desembargadora Nise Pedroso será a nova presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região

Folha de Pernambuco entrevistou a desembargadora que vai comandar o tribunal no biênio 2023/2025

Desembargadora Nise Pedroso será a próxima presidente do TRT-PE - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Com o objetivo de incentivar cada vez mais as conciliações, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE) vai contar com uma nova presidente. A desembargadora Nise Pedroso ocupará a presidência do órgão durante o biênio 2023/2025. A posse de Pedroso e da nova diretoria acontecerá no dia 8 de fevereiro, às 17h, na Arcádia de Apipucos.

Além de Nise, a diretoria é composta pelo desembargador Sérgio Torres como vice-presidente, o desembargador Fábio Farias como corregedor regional e o desembargador Eduardo Pugliesi como diretor da Escola Judicial.

A Folha de Pernambuco preparou uma entrevista com a futura presidente do Tribunal, onde ela fala sobre sua trajetória até se tornar desembargadora e os principais desafios que terá no comando do órgão para contribuir com a justiça trabalhistas. Confira a seguir a conversa com Nise Pedroso.

Como foi a sua formação?

Escolhi o Direito em razão do envolvimento com as atividades do meu pai junto à Justiça do Trabalho. Fiz toda a minha formação acadêmica no Recife, cidade onde também nasci. Meu primeiro vestibular foi para Engenharia Civil pela UFPE e cheguei a cursar o primeiro ano. Acho, no entanto, que estava na minha mente a intenção adormecida de fazer Direito, pelo envolvimento que tinha com a Justiça do Trabalho no cotidiano da minha residência.

O que observava e o que chamava a atenção quando visitava seu pai no tribunal?

Meu pai, Austriclino da Costa Lins, iniciou a carreira de servidor público federal na Justiça do Trabalho como diretor de Secretaria da Vara de Caruaru. Posteriormente foi transferido para Recife e passou a ser diretor da 5ª Vara do Trabalho da Capital. O que me impressionava era o dinamismo com que ele realizava o trabalho e o resultado prático de tudo aquilo, e eu costumava ir ao seu local de trabalho para visitá-lo.

Como foi o seu começo de trabalho no TRT da 6ª Região?

Ingressei por concurso público em 1980 e segui para trabalhar na Vara de Escada, interior de Pernambuco. Em 1988, fiz concurso para a magistratura trabalhista e passei. No primeiro grau, eu trabalhei em diversas Varas pelo interior do Estado de Pernambuco e Alagoas (naquela época a jurisdição ainda abrangia este último Estado).

No ano de 2010, tornei-me desembargadora, em promoção por merecimento, ocupando, nesta condição, os cargos de vice-ouvidora, diretora da Escola Judicial, coordenadora do Cejusc do Segundo grau e vice-presidente (no biênio 2021/2023).

Como foi se tornar desembargadora?

Das Varas, passei a trabalhar em gabinete. Mas o entusiasmo é o mesmo. Como desembargadora tenho outras tarefas porque a gente se envolve mais com a parte administrativa do Tribunal.  Sinto falta, no entanto, das audiências que tanto amava. O contato com o público diminuiu sensivelmente e isso eu lamentei.

Quais os desafios como presidente do Tribunal?

Temos alguns desafios para esta nossa gestão que se inicia. O primeiro deles é a busca por um prédio que possa abrigar confortavelmente as 24 Varas do Trabalho - que foram desalojadas do prédio da Imbiribeira por problemas estruturais na edificação. Já estamos nos debruçando para encontrarmos um local que seja apropriado para o funcionamento.

Quais os desafios que a gestão terá no biênio?

Pretendo incentivar, cada vez mais, as conciliações. Atualmente, contamos com oito Cejuscs, que são os Centros de Conciliação, espalhados pelo interior de Pernambuco e capital. Somos um Tribunal altamente envolvido em práticas conciliatórias, uma maneira importante de solucionar as demandas e ainda alcançar a pacificação social. Temos ainda a Tecnologia da Informação como um serviço que cresceu e manter esse padrão de qualidade é um desafio para não perder a performance.

O que mudou nos regimes trabalhistas desde que você ingressou até os dias de hoje?

A ampliação da nossa competência mudou o cenário da Justiça do Trabalho, de certa forma. Temos inúmeras relações de trabalho sob nossa competência e isso é fundamental para o estabelecimento de uma justiça forte diante das numerosas hipóteses de processos que estão sob nossa alçada.
 
A volta ao trabalho presencial é positiva?

Sim, eu sou absolutamente a favor do trabalho presencial, do olho no olho, do contato com a parte, com o advogado e com o servidor. Há, sem dúvida, estreitamento de laços, um melhor alinhamento de equipe. Reconheço, no entanto, que o trabalho remoto foi uma realidade positiva.

O que esperar do TRT no próximo Biênio?

Os novos gestores têm em comum a vontade de elevar ainda mais o nosso Tribunal a patamares de excelência, a desenvolver um trabalho profícuo, de muitas realizações, com o olhar voltado para todos aqueles que precisam da nossa instituição. O objetivo é entregar um serviço de qualidade à sociedade e desenvolver projetos para garantir uma gestão eficiente e inclusiva.