CIÊNCIA

Estudantes americanos criam mão robótica para novo colega de turma

Jovem havia chegado há pouco tempo em colégio e viu professor sugerir projeto

Estudantes americanos criam mão robótica para novo colega de classe - Reprodução

Sergio Peralta iniciava mais um ano letivo, mas dessa vez em uma nova escola. Como todo adolescente, tinha preocupações sobre como seria integrado aos outros alunos. O receio do jovem era acentuado pela sua mão direita, que apresentava uma má-formação.

— Nos primeiros dias de aula, eu sinceramente tive vontade de esconder minha mão — contou ele à emissora CBS News. — Como se ninguém jamais fosse descobrir.

Vendo a preocupação do rapaz, um professor de sua escola, no estado americano do Tennessee, “descobriu seu segredo” e criou um projeto para a sua turma de engenharia: construir uma nova mão, mecânica, para Sergio.

— Você deveria ser engenheiro, apresentar novas ideias, resolver problemas — incentivou Leslie Jaramillo, estudante da Hendersonville High School, à WTVF. — E apenas tornando as coisas melhores do que costumavam ser.
 

A mão direita de Sergio não se formou totalmente, principalmente os dedos, mas o jovem afirmava já estar acostumado com o problema, tanto que aprendeu a escrever com a mão esquerda e desenvolveu técnicas para tarefas básicas do seu cotidiano, como carregar sua garrafa de água entre uma aula e outra.

Ele conta que a sugestão de seus colegas de classe em sua escola em Hendersonville foi uma feliz surpresa.

— Eles acabaram me oferecendo, tipo, “podemos construir sua mão protética”, e eu nunca esperei isso — disse Sergio à CBS. — Tipo, nunca em um milhão de anos.

A aula de Jeff Wilkins, de “Engenharia: Design e Desenvolvimento”, foi usada como base teórica para transformar o projeto em realidade, liderado pelo diretor da Henderson High School, Bob Cotter, segundo a BBC.

A mão robótica de Sergio “é uma prova dos alunos” da instituição, que se “preocupam uns com os outros e com o programa que Jeff Wilkins construiu”, disse ele. A pequena turma passou quatro semanas projetando, imprimindo em 3D e dimensionando o protótipo na mão.

Depois de um mês de trabalho, eles colocaram a mão à prova por meio de um jogo, um hobby de Sergio que, antes, estava fora do alcance.

— [...] Viver sem uma mão por 15 anos, e eles realmente me ofereceram duas é realmente muito legal — disse Sergio à WTVF. — Mudou minha vida.