POLÍTICA

Líder do PT no Senado pede ao STF que investigue declaração de Valdemar sobre minuta golpista

Em entrevista ao GLOBO, Valdemar afirmou que recebeu 'várias propostas' e que teve o 'cuidado de triturar'

Senador Fabiano Contarato (PT-ES) - Geraldo Magela/Agência Senado

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, sobre a circulação de minuta golpista entre membros do governo e pessoas do entorno de Bolsonaro. Em entrevista ao GLOBO, Valdemar afirmou que recebeu “várias propostas” e que que havia propostas de decreto golpista “na casa de todo mundo”. O pedido do senador foi destinado ao ministro Alexandre de Moraes.

Além do inquérito, o senador pede que a Polícia Federal tome com urgência o depoimento de Valdemar Costa Neto. Contarato cita a possibilidade da prática de crime por “destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor”.

Na entrevista, Valdemar afirmou que teve o “cuidado de triturar” as minutas golpistas que ele recebia e que as propostas chegavam via Correios ou em eventos políticos.

"Nunca comentei, mas recebi várias propostas, que vinham pelos Correios, que recebi em evento político. Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar", disse.

Sobre a circulação dos documentos entre membros do governo, o presidente do partido afirmou que acontecia frequentemente, mas que não dava bola para o assunto.

"Direto. Teve advogada que veio conversar comigo dizendo que tinha uma saída. Eu dizia: “Põe no papel e manda para cá”. E eu não dava bola, porque eu sabia que não tinha. E o Bolsonaro não fez. O pessoal queria que ele fizesse errado", afirmou.