guerra na ucrânia

Noruega rebate acusação de "aproveitadora da guerra", diz premiê

Segundo Støre, é errado sugerir que seu país está se beneficiando, indevidamente, da guerra

Jonas Gahr Støre, primeiro ministro da Noruega - TERJE PEDERSEN/ POOL / NTB/ AFP

Cada vez mais rica com a receita gerada pelo aumento na venda de gás, uma consequência da guerra na Ucrânia, a Noruega nega estar tirando proveito do conflito – disse o primeiro-ministro do país, Jonas Gahr Støre, em entrevista à AFP nesta quarta-feira (1º).

"É uma ideia que rejeito categoricamente", frisou Gahr Støre, respondendo a uma pergunta sobre as acusações de que a Noruega estaria se beneficiando do conflito e sobre as críticas daqueles que pedem que o país faça mais para ajudar a Ucrânia.

Entrevistado no Ártico norueguês após uma visita a uma usina de liquefação de gás perto de Hammerfest, o primeiro-ministro disse que seu governo planeja apresentar um "pacote de ajuda plurianual" para a Ucrânia e para os países pobres afetados pelas sequelas da guerra, como a alta dos preços dos grãos.

Este plano "vai ajudá-los a manter sua infraestrutura civil, para, esperamos, reconstruírem um dia uma Ucrânia livre, ao mesmo tempo que vai apoiá-los militarmente", disse o chefe de governo, acrescentando que os detalhes serão conhecidos "no início de fevereiro".

Segundo Støre, é errado sugerir que seu país está se beneficiando, indevidamente, da guerra. A acusação foi feita pelo primeiro-ministro da Polônia.

Desde o ano passado, a Noruega vem compensando a falta de gás russo na Europa e se tornou o principal fornecedor, com um aumento de suas exportações entre 8% e 10%.

A consequência é um grande aumento nas receitas do petróleo. Para este ano, o governo prevê um superávit orçamentário recorde de 1,127 trilhão de coroas (em torno de US$ 113 bilhões) este ano. Esse valor será incorporado ao fundo soberano do país, que já é o maior do mundo.

"Durante 50 anos, a Noruega explorou, por sua conta e risco, e produziu recursos energéticos, petróleo e gás", declarou Støre, acrescentando: "Não é a Noruega que define os preços".