"Eu e o presidente Lula somos sócios", diz Tarcísio, governador de SP e ex-ministro de Bolsonaro
Em evento, ele volta a defender privatização do Porto de Santos
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que agora ele e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são "sócios". Em evento na capital paulista, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) afirmou que terá uma relação "republicana" com o governo federal e que, apesar de ser de um campo político diferente do de Lula, não torce para o governo dar errado.
— Eu e o presidente Lula somos sócios. A gente vai ter que torcer e trabalhar para que o Brasil vá bem — disse o governador de São Paulo.
Segundo Tarcísio, não há como São Paulo "ir bem" se o Brasil vai mal. E nem o contrário.
— Eu sou de um campo político diferente do atual presidente, a gente pensa absolutamente diferente. Sou de outro lado, sou de outro campo, sou um cara liberal, mas eu não torço para o Brasil dar errado. E quando o pessoal fala assim: Tarcísio, qual vai ser a sua relação com o governo federal? Simples, republicana — completou o governador.
Tarcísio tem mantido um contato direto e frequente com Lula. Ele já esteve em Brasília reunido com o presidente em duas ocasiões: após os atos terroristas de 8 de janeiro e no último dia 11, para discutir a privatização do do Porto de Santos. O governo federal é contrário à medida, mas Tarcísio tem insistido, apesar de seus próprios aliados considerarem quase impossível que Lula ou Márcio França (PSB), ministro de Portos e Aeroportos, mudem de opinião.
—Estou lá eu trabalhando, porque sou brasileiro e não desisto nunca, para convencer o governo que a gente tem que fazer a privatização do Porto de Santos. Está pronto. Vai ser um espetáculo —disse Tarcísio, que chamou a privatização de "renascimento da Baixada Santista".
O governador falou ainda em aliar a questão porto-indústria, fazer um regime de incentivo, aproveitar todas as áreas ociosas de Cubatão e transformar o porto de santos no maior hub de contêiner da América Latina.
— Estou falando de emprego na área do turismo, do comércio exterior, é transformador. E vamos jogar esse projeto para baixo do tapete por uma questão ideológica? — questionou o governador, falando à plateia que é preciso "pautar para não ser pautado".
"Vocações adormecidas"
No evento, Tarcísio disse que vai fazer um "alívio tributário" paulatino à medida em que as contas do estado suportarem. Segundo ele, o governo não pretende aumentar impostos.
— Mesmo que caia a essencialidade, o estado de São Paulo deve manter a alíquota. Estamos percebendo que as contas estão suportando — declarou o governador, dizendo que vai reduzir despesas na máquina pública. — Há uma pulverização de recursos do orçamento em uma série de programinhas que recebem um pouquinho de recurso e não vão ter efetividade nenhuma. Vamos diminuir a quantidade de programas, vamos condensar programas.
Tarcísio ainda afirmou que vai acabar com "vários organismos no governo" que não fazem nada e são "cabides de emprego".
Outra aposta do governo será na área ferroviária e hidroviária.
— Vamos procurar despertar aqui duas vocações de São Paulo que estão adormecidas. O estado de São Paulo cresceu às margens das linhas dos trens. E os trens pararam de operar. A gente tem que trazer os trens de volta. E segundo: aproveitar o potencial hidroviário, que a gente não está aproveitando e com alguns investimentos simples a gente passa a usar muito a capacidade hidroviária que nós temos que hoje está adormecida, por exemplo, da hidrovia do Tietê.