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Glória Maria deixa duas filhas adolescentes: "Juntas somos mais fortes"

Jornalista e apresentadora morreu aos 73 anos no Rio de Janeiro; causa da morte ainda não foi informada

Glória Maria e as filhas - Reprodução / Instagram

A jornalista e apresentadora Glória Maria, morta nesta quinta-feira aos 73 anos, deixa duas filhas adolescentes. A repórter da TV Globo era mãe de Maria, de 15 anos, e Laura, de 14. As duas foram adotadas em 2009, após uma viagem à Bahia. Durante um trabalho voluntário em um orfanato de Salvador, a carioca se encantou com Maria. Depois de conhecê-la, se apaixonou por Laura, sem saber que as duas eram irmãs biológicas. Foi então que decidiu adotar a dupla.

O processo de adoção durou 11 meses, e levou Glória Maria a se mudar de estado para ficar mais próxima às crianças enquanto a documentação tramitava na Justiça. Em várias entrevistas ao longo da carreira, a jornalista comentou que não tinha desejo de ser mãe, porque preferia se dedicar ao trabalho. Em conversa com O GLOBO, em 2018, a ex-apresentadora do "Globo Repórter" comentou que, antes da chegada de Maria e Laura, maternidade, para ela, era sinônimo de "jornalismo".

A vida inteira [fui pressionada para ser mãe], só que eu não estava nem aí. Eu nunca tive vontade de ser mãe, porque o meu trabalho era o meu filho. Eu cuidava, amava, dependia dele, não podia pensar na possibilidade de perdê-lo, revelou a jornalista, que, à época, confessou já ter tentado engravidar para realizar a vontade do primeiro marido, Eric, que sonhava em ser pai.

Desde que adotou as duas meninas, a repórter se tornou referência no assunto. O título de exemplo, no entanto, não a agradava muito. Nas redes sociais, ela sempre se preocupou em mostrar aos seguidores os bastidores da "vida real" da maternidade, e compartilhar os percalços de ser uma mãe solteira.

Recuso milhões de convites para fazer campanhas sobre adoção. Porque acho que isso é uma coisa de cada pessoa. O que que eu vou dizer para você? “Adota, que é maravilhoso”? E se não for maravilhoso para você, da maneira como foi para mim? A minha contribuição para o tema é o meu exemplo, e eu não quero ficar bancando a boazinha, porque adotar não faz de ninguém uma pessoa boazinha. É uma relação de amor e pronto. E você não tem que ficar dando satisfação para ninguém a respeito do amor, ponderou.

Em sua última postagem sobre as filhas no Instagram, Glória lamentou não poder acompanhar as meninas no festival de música Rock in Rio, por conta de seu quadro de saúde. "Foram com a minha comadre Verônica, e a madrinha Júlia. Se divertiram, mas, se Deus quiser, no próximo evento vamos estar juntas. Por enquanto preciso me cuidar. Mas tenho fé, e logo estarei de volta brilhando" escreveu ela na postagem.

Minhas filhas não têm pai, eu decidi tê-las sozinha. Sou eu e ponto. Preciso estar bem para vê-las no balé, nos eventos da escola. O dia em que não puder estar, que morrer, elas terão tudo encaminhado. Vão estudar nos melhores lugares, têm padrinhos maravilhosos. Tá tudo certo, complementou.

Em 2019, ela foi diagnosticada com câncer de pulmão.