conflito

Seul e Washington realizam manobras aéreas contra ameaças norte-coreanas

A Coreia do Norte reage duramente contra os exercícios militares entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin e o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Lee Jong-sup - Jeon Heon-Kyun/ POOL / AFP

A Coreia do Sul anunciou nesta quinta-feira (2) que realizou exercícios aéreos conjuntos com os Estados Unidos, que incluíram bombardeiros estratégicos e caças, provocando uma forte ameaça de Pyongyang.

Os aviões sobrevoaram o Mar Amarelo entre a China e a península coreana na quarta-feira, de acordo com o Ministério da Defesa sul-coreano.

A demonstração de poderio militar ocorreu um dia depois que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e seu homólogo sul-coreano alertaram sobre o aumento de tais manobras e maior cooperação em segurança diante do que chamaram de ameaça crescente de mísseis e armas nucleares de Pyongyang.

"Os exercícios combinados demonstram a disposição e a capacidade dos EUA de fornecer uma dissuasão confiável e abrangente contra as ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte", disse o Ministério da Defesa.

Os exercícios envolveram um bombardeiro estratégico B-1B e caças furtivos F-22 e F-35B da força aérea dos EUA, além do F-35A da Coreia do Sul, de acordo com o ministério.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte respondeu que, com os exercícios, os Estados Unidos "desencadearão um confronto total" com Pyongyang, segundo a agência de notícias estatal KCNA.

Ele alertou que os movimentos de Seul e Washington cruzaram "uma linha vermelha extrema".

Seul está ansiosa para convencer seu povo do compromisso dos EUA com sua defesa, depois de um ano em que a Coreia do Norte se declarou uma potência nuclear "irreversível" e realizou testes de armas quase todos os meses.

Austin e o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jong-sup, concordaram em "expandir e fortalecer o nível e a magnitude" dos exercícios militares conjuntos à luz das "provocações contínuas" de Pyongyang, incluindo um recente ataque de drones.

"Cenário perigoso"
O porta-voz do ministério norte-coreano chamou o compromisso de Austin de "uma expressão clara do perigoso cenário americano que transformará a península coreana em um enorme arsenal de guerra e zona de guerra", segundo a KCNA.

Um comunicado citado pela KCNA afirma que o reforço das manobras de Washington e Seul equivale a "falar sobre o uso de armas nucleares contra" a Coreia do Norte.

Diante disso, disse ele, Pyongyang seguirá o "princípio de 'nuclear para nuclear e confrontação total para confrontação total'".

O porta-voz acrescentou que o Norte "não está interessado em nenhum contato ou diálogo com os Estados Unidos enquanto mantiver sua política hostil e linha de confronto".

A Coreia do Norte reage duramente contra os exercícios militares entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, considerando que são ensaios para uma invasão.

As tensões militares na península coreana aumentaram em 2022, quando o Norte executou um número recorde de testes de armas, incluindo o lançamento de seu míssil balístico intercontinental mais avançado.