Premiado diretor Jafar Panahi inicia greve de fome em prisão do Irã
Detido em julho, o cineasta de 62 anos é um dos mais premiados do Irã
O premiado diretor iraniano Jafar Panahi, detido em Teerã há seis meses, anunciou que começou uma greve de fome para protestar contra as condições de sua detenção, em um comunicado divulgado por sua esposa.
Panahi, 62 anos e um dos cineastas mais premiados do Irã, foi detido em julho, antes da onda de protestos que abalam o regime iraniano desde setembro.
Apesar de acreditar que seria liberado no mês passado, o cineasta continua na penitenciária de Evin, na capital iraniana.
"Hoje, como muitas pessoas presas no Irã, não tenho outra escolha a não ser protestar contra este comportamento desumano com meu bem mais querido: minha vida", afirmou Panahi.
"Em protesto contra o comportamento ilegal e desumano do aparato judicial e de segurança e desta tomada de refém, iniciei uma greve de fome em 1º de fevereiro. Vou me recusar a comer e beber qualquer alimento e remédio até o momento da minha libertação".
"Permanecerei neste estado até que, talvez, meu corpo sem vida seja libertado da prisão", acrescentou.
Pahani cumpre pena de seis anos de prisão, pronunciada em 2010, por "propaganda contra o sistema".
O cineasta venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2000 por "O Círculo" e o Urso de Ouro do Festival de Berlim em 2015 por "Taxi Teerã".
Várias personalidades do mundo cultural estão entre os milhares de detidos no Irã como parte da repressão aos protestos iniciados após a morte, na prisão, da jovem curda Mahsa Amini, em meados de setembro.