São Paulo

Hospital em São Paulo começa a testar derivado de cannabis para enxaqueca crônica

Previsão é que estudo conclua uso do composto em todos os pacientes ainda no início de 2024

Cannabis - Divulgação/Polícia Federal

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, anunciou um estudo com derivado de cannabis para tratamento de enxaqueca crônica (aquela que ocorre por mais de quinze dias no período de três meses, para ficar em um dos exemplos de suas características). As análises serão realizadas ao longo de todo este ano e a expectativa é de que todos os pacientes envolvidos na pesquisa já tenham concluído o uso do medicamento no início do ano que vem.

Os 110 participantes aprovados para o estudo, focado em comprovar a eficácia e a dosagem do fármaco, serão acompanhados ao longo de 16 semanas, sendo as quatro primeiras dedicadas a observar as características das dores de cabeça. A ideia é que o tratamento seja utilizado como um auxiliar aos medicamentos comuns aos cuidados com a enxaqueca. Por isso, os especialistas optam pelo recrutamento (ainda aberto) de pessoas que utilizam remédios para controlar as dores, mas ainda assim sofrem de crises.

O medicamento de nome Camtrea será testado ao lado do uso de um fármaco placebo (inócuo). A novidade leva em sua composição o cannabidiol, canabigerol e THC. Em óleo, o fármaco é de aplicação embaixo da língua, duas vezes ao dia.

— O medicamento age nos receptores canabinoides (parte do nosso organismo) que ajudam a modular a dor, entre outros receptores — explica Alexandre Kaup, neurologista do Einstein e líder do estudo. — O paciente tomará o medicamento, ou placebo, ao longo de doze semanas. Vamos observar se quem receber a substância ativa se sairá melhor. Estamos monitorando sono, sintomas ansiosos e depressivos, a quantidade de analgésico que esses pacientes usam e a características de cada crise, se diminuíram. Vamos avaliar isso para cada pessoa individualmente ao longo de todos os dias.