Daniel Silveira passa por audiência de custódia e será levado para presídio em Niterói
Ex-parlamentar foi preso um dia após o final de seu mandato como deputado federal
O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) passará por uma audiência de custódia, no Rio de Janeiro, e deve ser levado para o Batalhão Especial Prisional (BEP) em Niterói (RJ).
Silveira foi preso na manhã desta quinta-feira em Petropolis (2), Região Serrana do Rio, pela Polícia Federal após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A mulher do ex-parlamentar, Paola Silveira, chegou à sede da Polícia Federal na capital no início desta tarde. Paola não quis falar com a imprensa. Ela estava com Daniel Silveira no momento em que ele foi levado pelos agentes, por volta de 10h20.
Apesar de ter perdido o cargo de agente da policia militar, ele segue para o BEP, reservado para as forças de segurança. A justificativa se dá porque a decisão judicial não foi transitada em julgado.
O advogado André Queiroz também compareceu à unidade e foi constituído no local e atuará junto à equipe em Brasília. Queiroz relatou que o ex-deputado está preocupado com seu futuro e reputação e afirma que Silveira não cometeu crime algum.
Mais cedo, a Polícia Federal apreendeu mais de R$ 270 mil em dinheiro vivo na residência de Silveira. Interlocutores do ex-deputado dizem que, por estar há muito tempo com as contas bancárias bloqueadas, ele passou a utilizar dinheiro vivo para suas transações cotidianas.
Entenda o caso
Daniel Silveia foi preso por descumprimento de cautelares. De acordo com decisão de Moraes, o ex-parlamentar já havia deixado de usar a tornozeleira eletrônica, concedido entrevistas e usado as redes sociais enquanto estava proibido pela Suprema Corte em ao menos 175 ocasiões.
Em fevereiro de 2021, o deputado foi preso em flagrante por ordem do STF depois de gravar um vídeo com ofensas a ministros da Corte e em defesa do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Ele foi solto em novembro, mas permaneceu a maior parte do tempo em prisão domiciliar.
Em abril do ano passado, o deputado virou réu no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, aberto em abril do ano passado no Supremo a pedido do Ministério Público.
Em junho de 2021, ainda quando era deputado, Silveira tentou fugir quando percebeu que os policiais chegavam à sua casa para prendê-lo. O motivo era o não pagamento da fiança de R$ 100 mil fixada pelo ministro após violações do monitoramento eletrônico usado pelo congressista, que integra a base aliada do presidente Jair Bolsonaro.