Política

As idas e vindas da história golpista de Marcos do Val; assista

Depoimentos do senador entre a madrugada de quinta-feira e a manhã desta sexta apresentam diferentes versões sobre reunião com Jair Bolsonaro e Daniel Silveira

Marcos do Val - Marcos Oliveira / Agência Senado

Na sequência de entrevistas que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) concedeu desde a manhã desta quinta-feira, algumas diferentes versões sobre a reunião que ele teve com o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro chamaram a atenção. Segundo o parlamentar, o político bolsonarista — preso nesta quinta pela Polícia Federal — havia lhe sugerido que gravasse, sem autorização, uma conversa com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Durante o encontro, Do Val conduziria o magistrado a "falar que em alguns de seus processos ele ultrapassou a linha da Constituição". De acordo com o senador, o áudio serviria como suposta evidência para um golpe de Estado, numa tentativa de prender Moraes, comprovar fraude eleitoral e manter Bolsonaro na Presidência da República.

Em sua primeira publicação sobre a história, numa transmissão ao vivo em suas redes sociais na madrugada de quinta-feira, Do Val disse que "ficava p*" quando o chamavam de "senador bolsonarista". Em outra aparição ao vivo na manhã desta sexta, o senador afirmou que Flávio e Eduardo Bolsonaro são "parceiraços" e agradeceu o apoio que vem recebendo da família do ex-presidente.

Ainda na primeira live, Marcos do Val também declarou que uma reportagem seria publicada sobre "a tentativa de Bolsonaro de coagi-lo a dar um golpe de Estado com ele". Em outras entrevistas ao longo do dia, porém, o senador relatou que o ex-presidente não se pronunciou sobre a ideia de Daniel Silveira durante a reunião.

A versão sobre o silêncio absoluto de Jair Bolsonaro durante o encontro foi alterada ainda na tarde de sexta-feira, quando o parlamentar contou em entrevista à GloboNews que "a única coisa que o presidente falou na hora da saída foi: 'então a gente espera a sua resposta'". Marcos do Val alega ter pedido um tempo para pensar sobre a proposta a fim de notificar o ministro Alexandre de Moraes.