Anitta chega "super animada" ao Grammy com sua indicação de melhor artista revelação
A cantora brasileira virou um fenômeno global no ano passado com seu enorme sucesso "Envolver"
Já se passaram mais de sessenta anos desde a última vez que uma artista brasileira foi indicada a uma das principais categorias do Grammy. Anitta, a "Girl from Rio", espera ganhar o prêmio que sua compatriota Astrud Gilberto, a voz que imortalizou "Garota de Ipanema", perdeu.
"Eu recebi essa nomeação com muita alegria e estou super animada", contou Anitta em entrevista à AFP.
"Imagina, a última vez que uma brasileira foi indicada a uma das quatro categorias principais do Grammy foi em 1965!", comentou a sensação global, se referindo a Gilberto, que levou a bossa nova para o mundo.
Na época, a ex-esposa de João Gilberto ganhou o Grammy de melhor gravação do ano com Stan Getz, mas os Beatles ficaram com o troféu de artista revelação.
Anitta, de 29 anos, deu um novo toque ao clássico de João Gilberto em "Girl from Rio", um dos singles do seu quinto álbum de estúdio "Versions of Me".
"Enquanto mulher brasileira e latina, uma nomeação como essa é muito representativa e me enche de orgulho", diz ela.
Anitta virou um fenômeno global no ano passado com seu enorme sucesso "Envolver".
Reproduzida mais de 100 milhões de vezes nas semanas seguintes ao lançamento, a música estabeleceu um recorde no Spotify e sua coreografia desafiadora abalou o TikTok com milhares de vídeos.
"Já conquistei muito além do que eu poderia um dia sonhar", disse ao refletir sobre sua trajetória.
"Nada tira meu sono com relação a minha carreira", conta Anitta, ex-moradora do bairro de Honório Gurgel, no Rio de Janeiro.
"Minha essência"
Batizada como Larissa de Macedo Machado, a artista já colaborou com astros como Missy Elliott, Snoop Dogg, Cardi B, J Balvin, Becky G, Ozuna e Maluma.
Estudou inglês, espanhol, francês e italiano, é ativa nas redes sociais e está acostumada a usar looks e se posicionar de maneira que é sempre comentada.
No ano passado, triunfou no Coachella, um dos principais palcos musicais dos Estados Unidos.
No dia 5 de fevereiro, Anitta chega ao Grammy com a esperança de ser nomeada como a melhor artista revelação, na cerimônia realizada em Los Angeles.
Ela vai competir com figuras como Omar Apollo, Måneskin e Samara Joy, entre outras celebridades.
Com mais de uma década de carreira, a estrela está longe de ser uma novidade, mas vê sua entrada no mercado americano quase como um recomeço.
Criada em uma comunidade carioca e de classe média baixa, a cantora diz apostar na internacionalização com sabor brasileiro.
"O meu maior desafio na carreira internacional é dialogar com uma audiência global, ao mesmo tempo em que mantenho a minha essência, minhas origens e minhas referências", sustenta.
"Hoje levo minha vida com leveza, sendo gentil comigo e com minha saúde", garante a artista, referindo-se ao cansaço das cotidianas viagens que a levavam de um extremo do planeta ao outro.
"Tenho dedicado mais tempo à minha família, a mim mesma… Consequentemente, acabei por abrandar um pouco o meu ritmo de trabalho".
O ano da cantora começou com uma série de shows no Brasil, chamados de "Ensaios da Anitta", um aquecimento para o Carnaval.
"São shows super dinâmicos, com energia lá no alto, que duram 4 horas", ela revela sobre seu espetáculo.
"Esse tem sido meu foco em 2023!", afirma Anitta, deixando escapar que tem um novo projeto em mãos. "Ainda não posso revelar", desconversou.