Papa lamenta que morte de Bento XVI tenha sido 'instrumentalizada'
O Papa Francisco sustentou que a morte de Bento XVI foi "instrumentalizada por pessoas que querem levar água para seu próprio moinho
O Papa Francisco lamentou neste domingo (05) que a morte de seu antecessor Bento XVI, em 31 de dezembro, tenha sido "instrumentalizada" por setores da Igreja.
Em declarações a bordo do avião que o levou do Sudão do Sul para Roma, o Papa sustentou que a morte de Bento XVI foi "instrumentalizada por pessoas que querem levar água para seu próprio moinho. E aqueles que instrumentalizam uma pessoa tão boa, tão de Deus, quase, eu diria, um santo padre da Igreja, diria que são pessoas sem ética, que são pessoas de partido, não de Igreja."
"Essas coisas cairão sozinhas, ou, se não caírem, seguirão em frente, como aconteceu tantas vezes na história da Igreja", acrescentou Francisco, ao falar pela primeira vez sobre os confrontos internos e as críticas dos setores mais conservadores após a morte do Papa emérito, que tinha 95 anos.
Fiel colaborador de Bento XVI durante décadas, o bispo alemão Georg Gänswein foi um dos que não pouparam ataques ao Papa Francisco, inclusive na semana em que o Papa emérito foi velado na Basílica de São Pedro.
O bispo disse que a decisão de Francisco de proibir a celebração da missa em latim, reabilitada em 2007 por Bento XVI, havia "partido" seu "coração". Em janeiro, Gänswein lançou um livro com críticas ao Papa argentino.
Na tradicional entrevista coletiva, Francisco minimizou a declaração do bispo e descreveu sua relação com o Papa emérito, que morava em um convento dentro do Vaticano, afirmando que sempre contou com o apoio do mesmo.
"Ele estava sempre ao meu lado, apoiando-me, e, se tivesse alguma dificuldade, ele me dizia e nós conversávamos. Não havia problemas", afirmou Francisco.