Ucrânia

Chefe da inteligência militar será novo ministro da Defesa da Ucrânia

O anúncio foi feito após escândalos de corrupção e à espera de uma nova ofensiva russa

O chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, 37, substituirá Oleksii Reznikov como ministro da Defesa - Sergei Supinsky/ AFP

O chefe da inteligência militar ucraniana, Kyrylo Budanov, 37, substituirá Oleksii Reznikov como ministro da Defesa, após escândalos de corrupção e à espera de uma nova ofensiva russa, anunciou neste domingo o deputado David Arakhamia.

"Kyrylo Budanov irá comandar o Ministério da Defesa, o que é absolutamente lógico em tempos de guerra", disse o deputado.

Reznikov, 56 anos, será nomeado ministro das Indústrias Estratégicas, acrescentou Arakhamia, sem informar a data da substituição.

"A guerra dita os movimentos de pessoal", ressaltou o deputado. "O inimigo se prepara para avançar e nós nos preparamos para nos defendermos."

Reznikov foi nomeado ministro da Defesa em novembro de 2021 e ajudou a obter apoio militar ocidental para fortalecer as Forças Armadas ucranianas. No entanto, seu ministério se envolveu recentemente em escândalos de corrupção.

O vice-ministro da Defesa, Viacheslav Shapovalov, responsável pelo apoio logístico às Forças Armadas, foi forçado a renunciar no mês passado, depois que o ministério foi acusado de assinar contratos inflados de fornecimento de alimentos para as tropas.

Em declarações horas antes da fala de Arakhamia, Reznikov não disse se planejava continuar à frente do ministério, mas assinalou que sua sorte poderia ser decidida apenas pelo presidente do país, Volodymyr Zelensky, que endureceu a luta contra a corrupção.

"O estresse que sofri neste último ano é difícil de medir. Não tenho vergonha de nada. Minha consciência está absolutamente limpa", afirmou Reznikov.

Sua partida ocorre quando "a situação é muito difícil na região de Donetsk, onde há batalhas ferozes", ressaltou o presidente Zelensky na noite de hoje. "Muitos relatórios indicam que os ocupantes querem fazer algo simbólico em fevereiro, para tentar vingar suas derrotas do ano passado. Constatamos essa pressão crescente em diferentes zonas da linha de frente", acrescentou.

Tropas ucranianas e russas travaram hoje combates intensos em Bakhmut, na frente leste da Ucrânia.