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Lojas Marisa contrata empresa para renegociar dívida e muda comando

BR Partners e Galeazzi prestarão assessoria à empresa, que tem débitos de R$ 566 milhões

Lojas Marisa contrata assessoria para renegociar dívida milionária - Divulgação

Mais uma empresa está buscando reestruturar suas dívidas. A Lojas Marisa informou nesta quarta-feira (08) que contratou a BR Partners para assessorá-la no processo de renegociação de seu endividamento financeiro. Também foi contratada a Galeazzi Associados "para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos".

A dívida líquida da Marisa era de R$ 566,1 milhões no fim do terceiro trimestre, segundo os últimos dados divulgados. O valor é 7,9% maior que o de igual período do ano anterior, devido "à menor posição de caixa e aplicações".

Além da renegociação das dívidas, a empresa passará por mudanças em seu comando. O presidente da Lojas Marisa, Adalberto Pereira Santos, e um dos membros do Conselho de Administração da empresa, Marcelo Adriano Casarin, pediram renúncia de seus cargos nesta quarta-feira.

Processo seletivo
Quem assumirá interinamente o comando da varejista no lugar de Santos será Alberto Kohn de Penhas, acusado de insider trading (uso indevido de informação privilegiada) em operações com ações da empresa.

Segundo a área técnica da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Kohn de Penhas, que hoje é vice-presidente comercial e de operações da Marisa, comprou 160 mil ações ordinárias (AMAR3, com direito a voto) da companhia poucos dias antes de ela divulgar seu balanço financeiro do terceiro trimestre de 2021. O executivo investiu quase R$ 662 mil nos papéis.

A varejista informou que já iniciou o processo de seleção do novo presidente e que o Conselho de Administração "está tomando as medidas necessárias para a nomeação de novo membro para a cadeira anteriormente ocupada por Marcelo Adriano Casarin até a assembleia geral ordinária e extraordinária da companhia", a ser realizada em abril deste ano.

Dono é réu em processo da CVM
As acusações de insider trading envolvendo executivos da Marisa não param em seu novo presidente interino. O dono da companhia, Márcio Goldfarb, virou réu em um processo da CVM por comprar ações de sua própria empresa quando não podia, antecipou a Coluna Capital.

Segundo a acusação, Goldfarb, filho do fundador da Marisa, seu ex-presidente e cuja família controla o negócio, adquiriu papéis da companhia menos de 15 dias antes da divulgação do balanço financeiro da rede de vestuário referente ao primeiro trimestre de 2022, realizada em 11 de maio do ano passado.

Operações dentro desse prazo são vedadas pelo artigo 14 da resolução 44 da CVM, e a proibição vale para acionistas controladores - que é o caso de Goldfarb -, diretores e membros dos conselhos de administração e fiscal.