Reino Unido estende por um ano prazo para eleições na Irlanda do Norte
O governo e o Parlamento da Irlanda do Norte estão bloqueados desde fevereiro de 2022 pelo boicote ao Partido Democrático Unionista (DUP)
O governo britânico adiou, nesta quinta-feira (9), para janeiro de 2024 o prazo para convocar eleições na Irlanda do Norte, que enfrenta um bloqueio de suas instituições autônomas por discordâncias dos unionistas com as disposições pós-Brexit para a região.
O governo e o Parlamento da Irlanda do Norte estão bloqueados desde fevereiro de 2022 pelo boicote ao Partido Democrático Unionista (DUP). Os líderes da sigla alegam que os controles alfandegários impostos a produtos procedentes do restante do Reino Unido representam uma ameaça para o lugar da região no país.
Apesar dos sucessivos ultimatos e do aparente avanço nas negociações entre Londres e Bruxelas sobre o protocolo norte-irlandês, o governo britânico não conseguiu convencer o DUP a participar do Executivo — e nada indica que novas eleições vão mudar essa situação.
Assim, uma legislação apresentada nesta quinta-feira "prolongará o período de formação do Executivo, para deixar o tempo e o espaço necessários para que os partidos norte-irlandeses trabalhem juntos pelo retorno do governo", declarou Londres em um comunicado.
Depois que a data-limite de 19 de janeiro de 2023 expirou sem resultado, estabeleceu-se um novo prazo máximo, até 18 de janeiro de 2024. O governo britânico advertiu, no entanto, que até lá poderá convocar eleições legislativas regionais "a qualquer momento".
Segundo o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, que em 1998 pôs fim a três décadas de um sangrento conflito entre republicanos católicos e unionistas protestantes, ambos os lados devem compartilhar o poder nas instituições regionais.
O partido republicano Sinn Fein, ex-braço político do agora extinto grupo armado IRA, venceu as eleições na Irlanda do Norte pela primeira vez em maio passado.