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Chile decreta toque de recolher em áreas afetadas por incêndios

Em uma semana, as chamas destruíram 1.180 residências e deixaram 5.560 pessoas desabrigadas, segundo o balanço oficial

Chile decreta toque de recolher em áreas afetadas por incêndios - Javier Torres / AFP

O governo chileno decretou toque de recolher noturno nas áreas mais atingidas pelos incêndios florestais no centro-sul do país, uma medida que também será aplicada em outras regiões para evitar roubos e saques — anunciou um representante militar nesta quinta-feira (9).

O toque de recolher entra em vigor na sexta-feira (10) e ficará ativo de meia-noite até as 5h da manhã. Começará em pelo menos 20 municípios das regiões de Biobío e La Araucanía, conforme instrução do presidente Gabriel Boric, disse o contra-almirante Jorge Keitel, responsável pela Defesa para a região de Biobío.

Na região, serão afetados os municípios de Arauco, Contulmo, Mulchén e Nacimiento, Tomé, Flórida, Hualqui e Santa Juana, detalhou Keitel.

Em La Araucanía, o chefe militar da região, general Rubén Castillo, informou que o toque de recolher em 12 de seus municípios implica restrições ao transporte público, “principalmente na província de Malleco”.

Esta é uma das áreas mais afetadas pelos confrontos entre grupos mapuches e forças do Estado, em um conflito histórico pelas reivindicações de terras, agora em posse de empresas florestais.

Boric anunciou ontem à tarde (8) que o toque de recolher seria imposto em três regiões do país declaradas em estado de catástrofe pelos incêndios: Biobío, La Araucanía e Ñuble.

"O governo considera necessário o estabelecimento de toques de recolher" com o objetivo de "garantir a segurança das pessoas afetadas pela emergência", disse o presidente.

Até o momento, a medida não foi anunciada para Ñuble.

Os incêndios, que já deixaram ao menos 24 mortos e pelo menos 2.180 feridos, devastaram uma área de mais de 309 mil hectares nas regiões de Ñuble, Biobío, La Araucanía e Maule, uma superfície equivalente a um terço do território de Porto Rico.

Em uma semana, as chamas destruíram 1.180 residências e deixaram 5.560 pessoas desabrigadas, segundo o balanço oficial.