Pernambucana de 18 anos, de Frei Miguelinho, tira nota 1.000 na redação do Enem 2022
Carina Moura, de 18 anos, é filha de um comerciante e uma cabeleireira e sempre se dedicou aos estudos
Uma pernambucana de 18 anos, moradora da cidade de Frei Miguelinho, no Agreste, obteve a nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. Carina Moura é filha de um comerciante e uma cabeleireira, sempre se dedicou aos estudos e deseja cursar medicina na Universidade Federal de Pernambuco.
Em entrevista à Folha de Pernambuco, a jovem, que atingiu a nota 1.000, contou que a educação sempre foi uma prioridade para ela e para os pais, e que foi no ensino médio o momento de maior dedicação aos estudos e também de maior dificuldade, devido à pandemia da Covid-19.
Carina estudava na cidade de Limoeiro, também no Agreste, e fazia o deslocamento diário de, aproximadamente, 70 km de casa para a escola e da escola para casa.
"Eu sempre estudei muito desde pequena. Mas o foco para o vestibular aconteceu no primeiro ano, quando aprendi a estudar sozinha, em casa. No terceiro ano do ensino médio, em 2022, as aulas da escola deixaram de ser remotas e voltaram a ser presenciais, me mudei temporariamente para Limoeiro e tive que morar em uma pensão", relembrou Carina, informando que decidiu mudar de cidade para conseguir mais tempo para estudar.
"Eu estudava quase o dia todo, só parava para comer, ir para a academia e falar com os meus pais. Nesse período, eu fiz dois cursinhos, sendo um online, de Fernanda Pessoa, com a isolada de linguagens e redação, e um de matemática, que me deram todo o repertório que eu precisava para fazer uma boa prova".
Carina contou que também fez o Enem nos primeiros anos do ensino médio e que a experiência foi importante para avaliar o desempenho e o tempo gasto para responder questões. "Quanto antes começar, melhor", aconselha.
A jovem conta que tinha medo da redação no início, mas que foi a prática e a busca por repertório que fizeram com que ela melhorasse na escrita. Foi lidando com temas diversos que Carina conseguiu desenvolver o tema da última redação: "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil".
"Eu já tinha trabalhado temas parecidos e não tive dificuldades. O que me deixou mais insegura foi a prova de natureza, que estava mais complexa que nos outros anos. Eu só tive notas altas em redação e matemática, mas demais, foi razoável".
O resultado de tanto esforço foi conferido na noite dessa quarta-feira (8), quando ela recebeu a informação que o as notas do Enem tinham sido divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
"Eu comecei a me tremer todinha, e, quando vi a nota, comecei a gritar e chamar meus pais. Não consegui dormir. É algo inexplicável. Eu não esperava", contou Carina, que disse gostar muito de ler romances nos horários vagos. "Amo Harry Potter. Costumo ler várias vezes o mesmo livro", disse.
Agora, Carina pretende aplicar as notas obtidas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para tentar cursar medicina no campus Caruaru da Universidade Federal de Pernambuco.
"Minha bolha foi se formando por pessoas que estudavam muito e eram aprovados em medicina. Não era um sonho de criança, também não tenho ninguém na família na área, mas medicina encheu meus olhos. Eu sabia que queria algo da saúde e só decidi por medicina no segundo ano. Se eu não passar agora, vou continuar tentando", informou.
A professora Fernanda Pessoa, que acompanhou Carina na isolada de redação contou que a jovem tinha algumas dificuldades no início do cursinho, mas estava atenta aos erros e melhorava o texto a cada nova redação escrita.
"Carina se entregou ao processo. É muito legal quando os alunos conseguem colocar em prática tudo que a gente combina em sala de aula. Perto da prova, ela fez nove redações nota mil aqui no curso e disse que não faria a 10ª porque seria a do Enem, com nota mil", contou a professora, que separou algumas dicas para uma boa redação.
"A primeira coisa é abrir a cabeça para perceber que você só vai conseguir escrever bem se aprender a pensar. Segundo, ter coragem para sair da caixa. Aprender sobre estrutura e sobre as competências do Enem. Também é preciso fazer redação e treinar, acolhendo o que acertou e mudando o que está errado. A única forma de melhorar o tempo é treinando".