TERREMOTO NA TURQUIA

Time turco deixa liga por falta de condições psicológicas e estruturais

Federação local não disse se equipes que desistirem serão automaticamente rebaixadas

Hatay Stadium tem capacidade para mais de 25 mil torcedores - Foto: Reprodução

Com sede em cidade que foi epicentro de terremoto que deixou, até o momento, mais de 19 mil mortos na Turquia e na Síria, o Hatayspor anunciou que deixará o campeonato turco por não ter, no momento, condições tanto estruturais como psicológicas para seguir na disputa do torneio.

Até o momento, todos os jogos que seriam disputados pela competição foram adiados, mas ainda sem data definida para serem realizados. Atualmente, o Hatayspor ocupa a 14ª posição do torneio, com 23 pontos, um a mais que o Kasimpasa, 17ª e já na zona de rebaixamento.

"Recebi hoje uma carta endereçada pelo clube informando que não irão participar de mais jogos nesta temporada. Se o Gaziantepspor também apresentar a desistência, vamos continuar com 17 equipes. Vamos pensar se contabilizaremos os pontos dos jogos com estas equipes, se os anulamos ou damos três pontos a todos os adversários", disse Mehmet Buyukeski, presidente da federação de futebol da Turquia, sem adiantar se as equipes que desistirem serão automaticamente rebaixadas.

No momento, ainda há vários jogadores, dirigentes e membros do ‘staff’ do Hatayspor desaparecidos sob os escombros. A esperança de encontrar mais sobreviventes é cada vez menor nas zonas afetadas pelo terremoto da última segunda-feira, um dos mais potentes em décadas na região, que provocou mais de 19 mil mortes, sendo 16.546 na Turquia e 3.317 na Síria.

Mais de 72 horas após o terremoto, o período com mais possibilidades de encontrar sobreviventes, as autoridades temem um aumento dramático do número de vítimas devido ao elevado número de pessoas que, calculam, continuam presas nos escombros.

Após o choque inicial, o descontentamento é cada vez maior entre a população com a resposta das autoridades ao terremoto que, segundo admitiu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, teve "deficiências".