Banco Central

Lira defende autonomia do Banco Central e diz que isto "dificilmente retroagirá"

Presidente da Câmara dos Deputados também explicou o porquê de se opor à possibilidade de transferência do Coaf

Arthur Lira participou da Feira Agropecuária Show Rural em Cascavel (PR) - Claiton Biaggi / Agência Câmara de Notícias

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) afirmou nesta quinta-feira (9) que o Banco Central "tem, na sua autonomia, uma marca mundial e que dificilmente isto "retroagirá", ao comentar a possibilidade de uma proposta de interferência na autonomia do BC ser aceita pelo Congresso.

As declarações ocorreram durante uma feira rural em Cascavel (PR), em meio aos questionamentos feitos por petistas à gestão de Roberto Campos Neto à frente do BC. Líderes governistas, assim como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), têm criticado a decisão de manter a taxa Selic em 13,75%, o maior valor desde janeiro de 2017.

- O Banco Central independente é uma marca mundial e o Brasil precisa se inserir neste contexto. Tecnicamente, o Banco Central independente foi o modelo escolhido pelo Congresso e dificilmente retroagirá, é o que tenho escutado e a maioria do plenário pensa - afirmou. 

Já elencada por Lira anteriormente como uma de suas prioridades, a análise da medida provisória de Lula que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do BC para o Ministério da Fazenda será feita em breve. Ao explicar o porquê de ter se oposto à possibilidade de transferência do Coaf para o Ministério da Justiça durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Lira usou uma metáfora do futebol.

- O bom árbitro de futebol não tem a mãe xingada, ele passa desapercebido. Assim como o Coaf, que é um órgão técnico que tem que ir atrás de operações irregulares - afirmou.