NEGÓCIOS

Trio de bilionários sócios da Americanas vai emprestar até R$ 2 bilhões à varejista em crise

Justiça do Rio diz que projeção de caixa da companhia demonstra a necessidade de aporte de recursos

Lojas Americanas - Mauro Pimentel / AFP

A 4ª vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou que os acionistas de referência da Americanas - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - façam uma operação de financiamento de até R$ 2 bilhões.

De acordo com a decisão do magistrado, Paulo Assed Estefan, os acionistas afirmaram que é necessário o ingresso de recursos no caixa da companhia. A operação de financiamento será feito através da emissão de de debêntures (títulos) que somam R$ 2 bilhões.

A decisão foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim. Segundo o magistrado, a operação será dividida em dois momentos. O primeiro, de R$ 1 bilhão, terá desembolso imediato e emergencial por parte dos acionistas de referência. O outro R$ 1 bilhão também ficará a cargo dos acionistas de referência caso não haja outros credores interessados na participação da operação financeira.

O processo está em segredo de justiça. O juiz afirmou ainda que a projeção de caixa apresentada pela varejista "demonstra a necessidade de aporte de recursos para a manutenção do fluxo de caixa, inclusive para repasse de pagamento para fornecedores do marketplace".
 

Segundo um especialista, na prática, os acionistas de referência passam a ser credores da companhia com a operação de financiamento. O valor também é criticado pelos credores financeiros, que pedem injeção de ao menos R$ 15 bilhões na empresa.

O juiz deu um prazo de cinco dias para que Americanas apresente um edital com a operação financeira. Na ação, o juiz cita a declaração da Administração Judicial da empresa, de que "o deferimento do pedido possibilitará o ingresso imediato de R$ 1 bilhão através do desembolso emergencial" por parte do acionista de referência.

A Justiça esclareceu que a operação proposta pela Americanas "não prevê o oferecimento de garantias, inexiste qualquer afetação sobre bens e direitos".

O magistrado disse que a Americanas ressaltou e que os recursos obtidos através do financiamento serão destinadas "ao custeio de despesas imprescindíveis à execução das suas atividades, às medidas de impulso dos seus negócios e novos negócios".