De "situação tranquila" à exclamação de Rosa Weber: as trocas de mensagens no celular de Ibaneis
Governador afastado do DF também teve conversas com Flávio Dino e Rodrigo Pacheco
O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), subestimou um alerta feito na véspera dos atos golpistas pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o risco de invasão ao Congresso. Já durante os ataques, ao ser cobrado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, ele afirmou que havia empregado todas as forças de segurança para impedir as investidas violentas.
Em outra conversa, o emedebista tentou tranquilizar o ministro da Justiça, Flávio Dino, a quem depois pediu ajuda. Policiais escalados para comandar o esquema de proteção aos prédios públicos naquele dia admitiram em depoimento que o contingente não era suficiente para conter os invasores. Para a Polícia Federal, não é possível dizer que ele agiu deliberadamente para permitir a ação dos extremistas.
As informações constam em trocas de mensagens extraídas do celular de Ibaneis, apreendido pela Polícia Federal, e em depoimentos prestados pelos PMs. O governador foi afastado do posto por 90 dias por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele é alvo do inquérito que investiga suspeitas de omissão e leniência de autoridades responsáveis por proteger o patrimônio público dos ataques de 8 de janeiro.
Veja as conversas de Ibaneis:
Além das trocas com Pacheco e Rosa Weber, Ibaneis também conversou com Flávio Dino. Veja o teor das mensagens:
8/1, dia dos atos
0h30min: Dino, pede informações sobre o esquema de segurança. “Governador, não entendi bem qual será a sua orientação para a Polícia? Onde será o ponto de bloqueio e de que forma?”. Ao que Ibaneis responde: “Situação tranquila, no momento”.
16h05min: Quando os ataques já estavam em curso, Dino tenta telefonar para Ibaneis, sem sucesso. Quarenta minutos depois, o governador muda o tom e pede ajuda: “Vamos precisar do Exército”.