Polícia investiga suposta mensagem antissemita na Casa de Anne Frank
Para a ministra da Justiça, Dilan Yesilgoz-Zegerius, este incidente mostra que é necessário haver leis contra negacionistas do Holocausto
A polícia holandesa anunciou a investigação de uma mensagem projetada com laser na fachada da casa de Anne Frank em Amsterdã, um incidente descrito como "puro antissemitismo" pela Prefeitura.
"Aconteceu nesta semana, nos indicaram e estamos investigando", disse à AFP um porta-voz da polícia, sem dar mais detalhes.
A mensagem fazia referência à uma teoria da conspiração de extrema direita, a qual afirma que a jovem vítima do Holocausto não seria autora do famoso "diário", segundo imagens publicadas em uma conta privada dos Estados Unidos na rede social Telegram.
O Museu e Casa de Anne Frank, visitado por cerca de um milhão de pessoas por ano, expressou "choque e repulsa". Os administradores do espaço também disseram à AFP que haviam "denunciado o incidente para a polícia" e que mantinham comunicação com a Prefeitura e o Ministério Público.
O museu declarou que descobriu que a mensagem foi projetada na fachada por vários minutos na noite de segunda-feira (06), após a divulgação de um "vídeo de ódio" no Telegram.
"Com a projeção e o vídeo, os autores atacam a autenticidade do diário de Anne Frank e incitam ao ódio. Trata-se de um vídeo antissemita e racista", destacou o museu.
O primeiro-ministro Mark Rutte condenou o ato.
"Não há lugar para o antissemitismo no nosso país, nunca podemos, nem devemos aceitá-lo", disse Rutte no Twitter.
Para a ministra da Justiça, Dilan Yesilgoz-Zegerius, este incidente mostra que é necessário haver leis contra negacionistas do Holocausto.
A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, condenou o incidente e o qualificou como "puro antissemitismo".
A adolescente judia e sua família se esconderam durante dois anos em um lugar secreto da casa, após a ocupação nazista da Holanda na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, eles foram capturados 1944.
Anne e sua irmã morreram em 1945 no campo de concentração de Bergen-Belsen.
Encontrado por seu pai, o diário de Anne Frank se tornou uma das histórias mais conhecidas do Holocausto e possui cerca de 30 milhões de exemplares vendidos.