Carta

Movimento negro pede a Lula e Biden volta de projeto antirracista

Organizações destacam que a falta de implementação do projeto se deve à ausência de estratégia e à falta de interesse das gestões anteriores

Lula recebe Delegação Democrata em viagem aos Estados Unidos - Ricardo Stuckert/Divulgação

Dez entidades do movimento negro enviaram uma carta aos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; e dos Estados Unidos, Joe Biden. No documento, pedem a retomada do Plano de Ação Conjunta Brasil-Estados Unidos para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e a Promoção da Igualdade.

A ação ocorre em meio ao encontro entre os dois líderes, marcado para esta sexta-feira (10), no Salão Oval da Casa Branca. O plano, criado em 2008, tinha como finalidade a cooperação entre os dois países na luta pela erradicação do racismo e pelo fomento à igualdade de oportunidades.

As organizações destacam que a falta de implementação do projeto se deve à ausência de estratégia e à falta de interesse das gestões anteriores.

“Esta é uma oportunidade-chave não apenas para retomar o JAPER, mas também para fazê-lo melhor e mais eficaz”, lê-se em um trecho da carta. “Com o extremismo e a intolerância em ascensão, devemos permanecer juntos para garantir a proteção de Vidas Negras“.

A carta afirma, ainda, que, mesmo ambos os países tendo atingido importantes resultados na luta contra o racismo, estão longe de chegar no dia em que a discriminação racial não mais será um tema de grande preocupação.

“Pessoas negras continuam sendo privadas do exercício pleno de seus direitos políticos, econômicos, sociais e culturais".

As entendidas, na carta, sugerem que os governos reúnam o movimento negro brasileiro e o americano pela criação de uma estratégia de implementação do plano.

a lista de prioridades estão discussões sobre educação, gênero, desenvolvimento econômico e saúde da população negra, além da promoção de soluções de enfrentamento à violência racial e à falta de representação política nos países.

Entre as organizações que assinam o documento, estão a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos, União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (UNEafro), Instituto de Referência Negra (Peregum) e Laboratório de dados e narrativas sobre favelas.