Crise

Banco do Brasil provisiona 50% de sua exposição a Americanas; lucro fica acima da projeção

Instituição tem créditos de R$ 1,4 bilhão a receber da varejista

Fachada das Lojas Americanas - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O Banco do Brasil decidiu provisionar R$ 788 milhões de sua exposição à Americanas, informou o banco em seu resultado do quarto trimestre divulgado na noite desta segunda-feira. O valor corresponde a de 50% de sua exposição à varejista, de cerca de R$ 1,4 bilhão.

O BB não é o maior credor da Americanas. Itaú Unibanco e Bradesco, por exemplo, decidiram provisionar 1005 de suas exposição a varejista para evitar impactos negativos nos balanços deste ano, caso não consigam reaver os empréstimos. O Bradesco tem R$ 4,8 bilhões a receber enquanto o Itaú tem crédito de R$ 3 bilhões. O Santander provisionou R$ 1,1 bilhão, 30% de sua exposição a Americanas.

"Os desdobramentos do caso estão sob monitoramento constante e o volume de provisão acompanhará a evolução das negociações, sendo que eventual necessidade de agravamento adicional do risco e seu impacto em provisão já estão devidamente contemplados nas projeções corporativas de 2023", afirmou o banco na divulgação de resultados.

O BB registrou lucro líquido ajustado de R$ 9,039 bilhões no quarto trimestre do ano passado. O valor é 52,4% maior que no mesmo período de 2021. Sem a provisão com Americanas, o lucro do banco teria sido de R$ 9,4 bilhões no trimestre passado.

“O risco de crédito do 4T22 foi impactado pela contabilização de evento subsequente que gerou a constituição de provisão para empresa do segmento large corporate que entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023″, diz o banco em comunicado, sem citar a Americanas.

No ano passado, o lucro líquido ajustado do BB foi de R$ 31,8 bilhões, uma alta de 51,3% em relação a 2021. Os resultados do banco ficaram acima das expectativas dos analistas consultados pela Bloomberg que previam lucro anual de R$ 30,471 bilhões e trimestral de R$ 8,035 bilhões.

A carteira de crédito ampliada do banco atingiu R$ 1,004 trilhão no período, aumento de 14,8% em relação a um ano antes e de 3,7% na comparação trimestral.