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Rihanna: cantora grávida sofre ataques por não ter dançado durante o Super Bowl, entenda os riscos

Mudanças fisiológicas como a redução da capacidade pulmonar e uma gestação de alto risco podem apresentar ameaças à saúde do bebê

Rihanna no Super Bowl - Timothy A. Clary / AFP

Após fazer um dos maiores shows do intervalo no Super Bowl, com a maior audiência em oito anos, a cantora Rihanna sofreu ataques nas redes sociais por não estar “dançando” e fazer apenas “pequenos movimentos” para acompanhar seus dançarinos. Internautas até chegaram a comentar que ela era "arrogante" e estava “se fazendo de difícil” por essa atitude.

Vale lembrar que a cantora está grávida. Médicos ouvidos pelo GLOBO acreditam que a artista inclusive já deve estar no segundo trimestre da gravidez, o que a impossibilitaria de realizar alguns passos coreografados por poder apresentar riscos à saúde dela e do bebê.

A mulher durante a gravidez apresenta algumas mudanças fisiológicas importantes que impossibilita de realizar alguns exercícios. Como a redução da capacidade pulmonar, ou seja, ela sente muito mais cansaço, falta de ar, taquicardia, pode ter uma dispneia e não há necessidade disso. Ela precisa fazer movimentos mais leves para conseguir cantar e não expor o bebê ao estresse desnecessário que poderia causar ali dentro da barriga, diz a obstetra e especialista em Reprodução Humana Paula Fettback.

Caso a gravidez de Rihanna seja de alto risco, ou seja, apresente sangramentos, ou tenha uma placenta mais baixa do que o normal, é ainda mais perigoso, pois os movimentos e exercícios poderiam provocar mais sangramentos, estimular um parto prematuro e aumentar os riscos de perder o bebê.

Pelo tamanho da barriga ela já deve estar no sexto mês de gravidez, ou seja, o médico que a acompanha provavelmente deve ter autorizado ela a realizar o show. Se ela e o bebê estão saudáveis não precisa de repouso, ela pode realizar o show, porém precisa tomar alguns cuidados, por exemplo: evitar passos de dança de alto impacto, pois ela pode torcer o pé, ela vai ficar mais cansada porque o volume do sangue circulante é maior, o que faz o coração trabalhar mais, e ela pode precisar se sentar ou descansar alguns minutos durante o show, explica a obstetra Janaína Ribeiro.

Intervalo curto entre gestações
O bebê que Rihanna está esperando será o segundo da cantora. Ela deu à luz um menino há nove meses.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Colúmbia Britânica e da Escola de Saúde Pública TH Chan de Harvard, mostrou que mulheres com mais de 35 anos, que engravidaram apenas seis meses após o nascimento anterior, tinha um risco de 1,2 % (12 casos por 1.000 gestações) de mortalidade materna ou morbidade grave. A espera de 18 meses entre as gestações, no entanto, reduziu o risco para 0,5% (cinco casos por 1.000 gestações).

Já para as mulheres mais jovens, os pesquisadores descobriram que o espaçamento de seis meses representa um risco de 8,5% (85 casos por 1.000 gestações) de parto prematuro espontâneo. Para as que esperaram 18 meses entre as gestações, no entanto, o risco caiu para 3,7% (37 casos por 1.000 gestações).

Engravidar em um período menor do que um ano após o parto pode representar riscos tanto para as mulheres quanto para as crianças, afirma Ribeiro.