BNDES quer pagar menos dividendos à União para atender demanda por crédito, diz Mercadante
Mercadante defende ''isonomia" na distribuição de lucros
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu nesta terça-feira (14) que o banco pague menos dividendos (parte do lucro distribuído ao acionista) à União. Após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do assunto, ele disse que a medida é necessária para que a instituição tenha "recursos próprios’’, diante de uma “forte demanda” por crédito.
— Nós queremos isonomia no pagamento de dividendos do BNDES, para que possamos, sem precisar do recursos do Tesouro, ter mais recursos próprios para aplicar. Há uma forte demanda de crédito e, sobretudo, de crédito mais barato para micro e pequenas empresas, energia limpa, inovação tecnológica — disse.
A ‘’isonomia’’, defendida Mercadante, se refere ao parâmetro de pagamento de dividendos de outros bancos. Segundo Mercadante, o Banco do Brasil distribui 25% do lucro enquanto o BNDES, 60%.
— O BNDES pagava 25%, mas no período da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), havia muito recebimento de subsídios, então eles aumentaram para 60%. Hoje, o BNDES não recebe mais subsídios do Tesouro, ao contrário, pagou R$ 678 bilhões desde 2015. Estamos acabando com esse ciclo. Estamos indo para uma relação de equilíbrio entre BNDES e o Tesouro — afirmou.