Conheça o samba-enredo que vai celebrar Mestre Vitalino e o Alto do Moura na Marquês de Sapucaí
Com o tema 'Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão', patrimônios de Caruaru serão protagonistas em desfile de escola de samba no Rio de Janeiro
A arte que vem do barro com os discípulos do memorável artesão e ceramista pernambucano Mestre Vitalino (1909-1963), vai "ocupar"a Marquês de Sapucaí no Carnaval deste ano, mais precisamente no desfile da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
Com o tema "Terra de Meu Céu, Estrelas de Meu Chão", a escola vai celebrar o Mestre e o Alto do Moura, patrimônios de Caruaru, Agreste Pernambucano.
Terceira escola a desfilar no próximo domingo (19), a Mocidade - conhecida também como Verde e Branca - deve entrar na avenida por volta da meia-noite.
"Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão"
Assinado por Diego Nicolau, Orlando Ambrósio, W. Correa, Richard Valença, Leandro Budegas e Cabeça do Ajax, o samba-enredo da Mocidade - escola fundada na década de 1950 - remete à arte do barro implantada por Mestre Vitalino.
Em um dos trechos da letra, Vitalino é exaltado com os versos "Plantou sua missão//Fez do Sertão, barro tauá//Jardim no Agreste floresceu".
A letra ainda fala sobre a arte do Mestre em "moldar um pouco de Brasil": "Lá no meu Alto do Moura//Um pedacinho de fé//A massa, força de mandacaru//Lá no meu Alto do Moura//Fiz brilhar Caruaru".
Veja a letra completa do samba e o clipe oficial da escola
Senhor, que fez da arte mundaréu
Em suas mãos Padre Miguel
Concebeu a Criação
“Plantou” sua missão
Fez do Sertão, barro tauá
Jardim no Agreste floresceu
Regado ao firmamento de meu Deus
A lida pra viver, da lama renascer
Marias e Josés no céu que moram pés, raiz!
Fiel retrato desse meu país
Segue o carro de boi
O peão no barreiro
Ó, rainha bonita
Sou teu rei, cangaceiro
É a vida um xadrez
Pra honrar o legado
Quem foi que fez? Foi deus do barro
Molha Pedro minha terra
Chão de estrelas de João
Traz Antônio minha amada
Padim Cícero Romão
Alumia o teu povo em procissão
Chega folia, chega cavalo-marinho
Lindas flores no caminho
O Nordeste coloriu
E “de repente” essa gente independente
Faz da greda seu batente
Molda um pouco de Brasil
Amassa, deixa arder o massapé
Lá no meu Alto do Moura
Um pedacinho de fé
A massa, força de mandacaru
Lá no meu Alto do Moura
Fiz brilhar Caruaru
Ê, meu cardeá
Sou a chama do braseiro
Nordestino, “retirante da saudade”
Mais um filho desse solo pioneiro
Um artista esculpindo a Mocidade