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Morre aos 97 anos Shoichiro Toyoda, que levou a Toyota para os EUA e fez do Japão sinônimo de carro

Ele assumiu a empresa fundada por seu pai em 1982, no auge da guerra comercial entre americanos e japoneses

Shoichiro Toyoda - Toshifumi Kitamura/ AFP

Shoichiro Toyoda, que comandou a gigante automotiva Toyota quando a empresa expandiu sua produção para os Estados Unidos e fez da montadora líder global do setor e sinônimo de carro de qualidade, morreu nessa terça-feira (14), aos 97 anos. Segundo comunicado da empresa, a causa da morte foi falência cardíaca.

Em apenas uma década no comando da Toyota, o executivo usou seus talentos como engenheiro, gestor, político e diplomata para colocar a empresa fundada pelo seu pai na rota para se tornar líder global da indústria automobilística, desbancando a americana General Motors do posto de maior montadora do mundo.

Os feitos são ainda mais impressionantes levando-se em conta que Toyoda assumiu a companhia em 1982, no auge das tensões comerciais entre Japão e Estados Unidos. Na época, americanos vinham a ascensão da cada vez mais sofisticada indústria automobilística japonesa com assombro e temiam ver os EUA superado pelo Japão como maior potência econômica global.
 

Apesar desse clima hostil aos japoneses nos EUA, Toyoda firmou uma aliança com a General Motors em 1984 para levar aos EUA carros da marca. E, em 1988, inaugurou a primeira fábrica da montadora japonesa em território americano, no Kentucky, cedendo às crescentes pressões para que os veículos fossem produzidos nos EUA.

Ao fim de seu mandato, a Toyota tinha operações em vários outros países e havia se tornado uma empresa global.

Ele tinha uma abordagem pragmática para lidar com as tensões entre EUA e Japão, na época a primeira e a segunda maiores economias do mundo. Toyoda argumentava que se Japão queria ter uma ascensão, o país precisaria se esforçar para se integrar com seus concorrentes, uma mensagem que se tornou parte da filosofia corporativa da Toyota.